sexta-feira, 19 de julho de 2019

RUY CASTRO DETONA O PRIMARISMO OBTUSO DAS FEMINISTAS RADICAIS

A Helô Pinheiro de então
ruy castro
GAROTA SOB NOVA LEITURA
Toquinho, violonista e parceiro de Vinicius de Moraes, disse a Bruna Narcizo na Folha de S. Paulo de domingo último (14) que Garota de Ipanema, de Tom e Vinicius, a música brasileira mais executada no planeta, "hoje seria execrada". 

Concordo com Toquinho e vou mais longe —talvez nem fosse composta. E, se fosse, qual cantora ousaria interpretar esse hino ao assédio, ao sexismo e, talvez, à pedofilia?

Afinal, a letra diz "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça/ É ela, menina, que vem e que passa/ Num doce balanço, caminho do mar" --é uma menina que está sendo cantada por aqueles dois velhos babões, notou? 

E prossegue, sexista: "Moça do corpo dourado/ Do sol de Ipanema/ O seu balançado é mais que um poema/ É a coisa mais linda que eu já vi passar". 

E, depois de um falso intermezzo romântico, termina apelando para um quase estupro universal: "Ah, se ela soubesse/ Que quando ela passa/ O mundo inteirinho se enche de graça/ E fica mais lindo/ Por causa do amor". 

É triste, mas é assim que se faz hoje a leitura da letra.
Uma feminazi européia atual
Garota de Ipanema é de 1962. A ipanemense Helô Pinheiro, 19 anos, pode tê-la inspirado, mas a canção sempre se referiu às muitas moças de Ipanema, de antes e depois, que, pelo trabalho, pela coragem e pelo exemplo, ajudaram a tornar a mulher brasileira mais adulta e independente. Eis algumas, apenas, dentre as mais famosas: 

Tonia Carrero, Miriam Etz, Vera Barreto Leite, Danuza Leão, Odette Lara, Marilia Carneiro, Marilia Kranz, Marina Colasanti, Ira Etz, Germana De Lamare, Betty Faria, Maria Lucia Dahl, Duda Cavalcanti, Olga Savary, Martha Alencar, Regina Rosemburgo, Leila Diniz, Zezé Motta, Tania Caldas, Patricia Casé, Scarlet Moon, Lygia Marina, Angela Ro-Ro, Isabel e Jacqueline do vôlei. 

Essas grandes mulheres sempre souberam que a letra, de alguma maneira, lhes dizia respeito. E sempre se orgulharam disso. (por Ruy Castro)

Toque do editor (curto e grosso): cairá algum dia para as feministas radicais a ficha de que o grande vilão de nossa época não é o homem, mas sim o capitalismo?! 

E de que sua hostilização exagerada ao homem atrapalha a união de ambos contra o verdadeiro inimigo? (por Celso Lungaretti)

4 comentários:

Anônimo disse...

E o que não fariam hoje,
com relação ao Zezé e a Multada Bossa nova,
de João Roberto Kelly?!

Boa noite e bom fim de semana Celso, e Dalton,
e um abraço do Hebert.

Vandeco disse...

Tem horas que eu tenho vontade de "mandar parar" o mundo que eu quero descer, pois o mundo está ficando muito chato! Eu que tive a FELICIDADE de viver no Rio de Janeiro, na época do Beco das Garrafas, com o surgimento da Bossa Nova, bem como também de frequentar, assiduamente, o Veloso, digo, bar e restaurante "Garota de Ipanema", onde bebi os melhores e inesquecíveis chopes da minha vida, pois os chopes de lá vinham com as garotas de Ipanema dentro, com seus corpos e biquínis maravilhosos. Foi lá, que Vinicius e Tom, se inspiraram para comporem uma das músicas mais tocadas em todo o mundo. Aliás, hoje, se ouve mais a música Garota de Ipanema muitas mais vezes fora do Brasil do que aqui. Isto eu já comprovei em minhas viagens para o exterior. A “poesia da vida” está se perdendo com o politicamente correto. Que tristeza!

Anônimo disse...

A pauta identitária é a munição da direita.

Ela é importante, mas a prioridade no Brasil é vencermos a desigualdade social.

Ademais, com o incremento da desigualdade social, a pauta identitária perde força...

Nunca se esqueçam de que a desgraça deste país é o agronegócio.

Para o agronegócio, o Brasil é apenas uma grande fazenda onde o essencial é somente ganhar dólares na exportação e o povo não passa de um aglomerado desnecessário.

Anônimo disse...

Os pauteiros identitários conseguiram projeção e protagonismo nas hostes da esquerda. O Psol, mesmo com excelentes quadros, está coalhado deles. São como cavalos de troia.Urge enxotá-los de nossa trincheira. Não possuem qualquer empatia -- a não ser com os de seu nicho --, abominam Marx, Lênin, Guevara, Mao, Ho, Fidel, Marighella etc. Não há conciliação possível com esses desvairados, essas verdadeiras ervas-daninhas.

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