Sub-15 e sub-17 assando nestas latas em pleno verão carioca?! |
ricardo kotscho
FLA TORRA R$ 85 MILHÕES EM CRAQUES E
NÃO CUIDA DOS
MENINOS POBRES
Um incêndio nos alojamentos do Centro de Treinamento do Flamengo no Ninho do Urubu, onde ficam os jogadores das equipes de base, flagrou nesta 6ª feira (8) mais um dramático exemplo da desigualdade social no país, que aumenta a cada dia.
Ao mesmo tempo em que o Flamengo rico, o maior clube do país, torra R$ 85 milhões na contratação de grandes craques, estes meninos estavam alojados em contêineres improvisados nos fundos do Ninho do Urubu, sem laudo de segurança aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
Às 5 da manhã, quando os meninos ainda estavam dormindo, um ar-condicionado explodiu e provocou um curto circuito nos demais aparelhos; o fogo se espalhou rapidamente.
Dez jogadores da base e funcionários morreram carbonizados. Três ficaram feridos. A maioria deles veio de outros estados e de subúrbios do Rio.
Goleiro Christian, 15 anos: um futuro roubado! |
Eram meninos humildes que sonhavam em jogar no Flamengo e dar uma vida melhor às suas famílias.
No mesmo terreno, o Flamengo gastou muitos milhões de reais durante anos para montar o mais sofisticado centro de treinamento dos clubes brasileiros para seus jogadores da equipe principal.
Este alojamento improvisado das equipes de base seria desativado a partir da próxima semana, com a transferência dos meninos do sub-15 e do sub-17 para outro prédio, mas não deu tempo.
Este é o Brasil, ao mesmo tempo rico e pobre, orgulhoso e miserável, acima de tudo injusto com os mais humildes.
Foi mais um episódio cruel das tragédias que se sucedem no país, sempre penalizando os mais pobres, por desleixo e ganância do andar de cima, que está no comando, como sabemos.
Agora, virão as perícias e as rigorosas investigações para apontar os responsáveis por mais esta desgraça, que certamente punirá algum eletricista ou outro funcionário subalterno, mas nunca chegará aos donos da bola, como em Mariana e Brumadinho.
Pode ter morrido um novo Zico |
Desta forma, estamos destruindo não só a vida presente, mas comprometendo o futuro do país, por desídia, pouco caso, irresponsabilidade e onipotência dos mais fortes.
Daqui a pouco os comentaristas polianas vão dizer que mais esta tragédia sirva de lição para nunca mais se repetir, como falaram em Mariana, três anos antes da barragem romper em Brumadinho, matando mais de 300 pessoas, tudo exatamente igual.
Daqui a pouco os comentaristas polianas vão dizer que mais esta tragédia sirva de lição para nunca mais se repetir, como falaram em Mariana, três anos antes da barragem romper em Brumadinho, matando mais de 300 pessoas, tudo exatamente igual.
O Brasil não precisa mais de lições, já conhecemos todas, mas de punições exemplares aos verdadeiros responsáveis, que não dormem em contêineres sem nenhuma segurança .
Vida – e morte – que segue. Até quando? (por Ricardo Kotscho)
3 comentários:
Boa tarde Celso, aqui é o Hebert.
Tente imaginar, o que pra mim como rubro-negro,
era motivo de orgulho, mas que se tornou vergonha
e constrangimento ainda que alheio ( fora o sentimento
de culpa, pelos que se foram, se ter culpa ).
Algo que penso ultimamente, e sempre devo me lembrar:
estou num país onde a cartolagem, as autoridades
e a sociedade, "dá um passo para frente, e dois para trás".
Os polianas, já dão o ar da "graça", como todo seu populismo,
demagogia ( formador de opinião de programas populares,
são um verdadeiro veneno ), e até clubismo mal disfarçado.
Com o mínimo de sensatez, percebe-se a má fé, ou despreparo
e desenformação ( inaceitável para um comunicador e jornalista ),
quando se fala em container.
Hebert, morei no Rio no verão de 1970. O calor era tanto que, para dormir, eu me deitava pelado num chão de ladrilhos. Quando acordava de manhã, os ladrilhos estavam ensopados de suor, eu tinha de enxugar.
Encontrei um restaurante no qual almoçava apenas saladas com um bife e frutas de sobremesa. Era a forma de passar bem com aquela temperatura.
Então, depois que eu vi as fotos dos contêineres e fiquei imaginando meninos na faixa de 13, 14 anos dentro deles, assando sob o sol amplificado por aquelas placas de metal, encheria de porradas qualquer cartola do futebol do Flamengo que estivesse ao alcance das minhas mãos.
Oi Celso, Hebert.
Não ficou claro pra mim, se estes contêiner, eram bem ventilados ou não,
assim como não está claro, se tinham ar condicionado, ou não ( embora
digam que tinha ).
Mas a desinformação da nossa imprensa esportiva ( quase toda formada
por torcedores com licença de jornalismo, raras exceções ), me deixa
na dúvida.
A única coisa que sei sobre contêineres, é que se tratam de moradias
provisórias, com básicas condições para trabalhadores residentes em
suas respectivas funções.
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA 18:27: Um incêndio aqui no Bangu Atlético Clube,
com 3 jogadores levemente feridos.
Tempos estranhos aqui por aqui, mas tudo azul nas vendas do seu livro,
espero!!!
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