Vandré cantou em Goiânia... |
Na noite de 12 de dezembro de 1968, Geraldo Vandré apresentou-se no Cine Teatro Goiânia. Já cancelara o show marcado para o dia 13 em Anápolis, decidindo permanecer mais um pouco na capital; inclusive, informou o público que aproveitaria para fazer um novo espetáculo, a preços populares. Daí seguiria diretamente para Brasília, onde tinha contrato para o dia 14.
Um telefonema do empresário, avisando que o Ato Institucional nº 5 fora assinado, fez com que mudasse os planos e, às pressas, iniciasse a viagem de volta para São Paulo, de carro, com muitas cautelas e rodeios, evitando as vias principais. Nunca mais daria espetáculos no Brasil.
O título do show deveria ter sido Pra não dizer que não falei de flores, mas foi alterado, depois do veto da censura, para Socorro – A poesia está matando o povo! Acompanhou-o o Quarteto Livre, integrado por Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Franklin Correa.
A duração foi de 1h35 e esta gravação de áudio tem surpreendente qualidade, com o repertório incluindo o Poema da Disparada, belíssimo, que Vandré chegou a mostrar na TV Record, depois que O Fino (que já deixara de ser da Bossa) foi substituído por programas criados e apresentados, a cada semana, por artistas diferentes: ele, Elis Regina/Jair Rodrigues, Chico Buarque/Nara Leão e Caetano Veloso/Gilberto Gil.
A duração foi de 1h35 e esta gravação de áudio tem surpreendente qualidade, com o repertório incluindo o Poema da Disparada, belíssimo, que Vandré chegou a mostrar na TV Record, depois que O Fino (que já deixara de ser da Bossa) foi substituído por programas criados e apresentados, a cada semana, por artistas diferentes: ele, Elis Regina/Jair Rodrigues, Chico Buarque/Nara Leão e Caetano Veloso/Gilberto Gil.
...acompanhado pelo Quarteto Livre. |
No ardor dos meus 17 anos, adorei o poema. Jamais poderia imaginar que iriam se passar 47 anos até eu escutá-lo de novo...
No final, quando muitos lhe pediram que apresentasse a Caminhando, ele explicou que não o poderia fazer porque estava proibida pelas "autoridades constituídas do País", mas interpretaria, em seu lugar, a Continuando.
Era uma nova canção, com letra menos contundente e acordes parecidos, de forma que, no trecho do refrão, o que o público naturalmente cantou junto foi "Vem, vamos embora,/ que esperar não é saber!/ Quem sabe, faz a hora,/ não espera acontecer!".
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