domingo, 26 de julho de 2015

LÁ FORA COMPARAM CRISE BRASILEIRA A FILME DE HORROR. MAS OS ATORES SÃO DE TOSQUEIRA TRASH.

Considero o Alberto Dines (foto) um dos maiores nomes da nossa imprensa em todos os tempos, além de ter imenso respeito pelo papel que ele desempenhou na resistência jornalística à ditadura de 1964/85.

Então, quis logo conhecer um editorial da imprensa britânica que o Dines acaba de recomendar entusiasticamente, como vocês podem constatar nestes trechos:
"Recessão e suborno: a crescente podridão no Brasil foi o título do editorial desta quinta-feira (23) no secular Financial Times, o jornal cor-de-salmão que raramente pisa em falso quando dá opinião... 
'Incompetência, arrogância e corrupção tiraram do Brasil seu encanto mágico… Não é de admirar que o país hoje seja comparado a um infindável filme de horror', afirma o FT.
...Ao associar de forma direta, impiedosa, o fenômeno macroeconômico da recessão à esfera criminal onde se encaixa o suborno, o jornal escancara a natureza da nossa desgraça.
Não há luz no fim do túnel, só mais abominações...
Para não deixar dúvidas quanto a gravidade do que está sendo investigado, adiciona dois penosos ingredientes raramente utilizados nas avaliações sobre o que aconteceu na Petrobrás: incompetência e arrogância.
Para coroar, o diagnóstico, o arrasador substantivo – podridão – que nos remete a Shakespeare e ao inconformado Hamlet... 
...Verdadeira bomba arrasa-quarteirão espalha estilhaços, fere a todos que, mesmo de longe, percebem o enredo"
Acabei encontrando uma tradução da íntegra do dito editorial  no site do jornal Valor, cujas ferramentas impedem, contudo, que seja copiado. O jeito é vocês o acessarem teclando aqui.

Dou toda a razão ao Dines: o FT cutucou nossas feridas até sangrarem, dando uma visão impiedosa mas veraz da situação extremamente grave em que nos encontramos.

Só discordo de que pareça filme de horror. Com atores como aqueles que estão envolvidos na produção dos nossos infortúnios, a coisa está muito mais para uma tosqueira bem trash, na linha do terrir. Ainda que seja terrir para não chorar...

Recomendo aos adultos, que certamente aproveitarão bem a leitura. As crianças preferem ser tranquilizadas, então para elas caem melhor as fantasias com happy end dos blogueiros chapa-branca.

Um comentário:

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Dines é um sujeito sensacional.

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