quinta-feira, 16 de abril de 2015

DIA AZIAGO

Hoje foi outro 16 de abril, não tão terrível para mim quanto aquele de 1970, pois nenhum conseguirá sê-lo, mas que fez questão de provar-me que existem, sim, dias aziagos, e fez questão de lembrar-me como são tênues os fios que nos ligam, e a nossos entes queridos, à vida!

Peguei minha filhinha na escola e trafegava por uma óbvia preferencial quando um Peugeot saiu em altíssima velocidade de uma travessa, fez uma curva temerária à esquerda, abalroou um Vectra que ia na mesma direção, foi arremessado para a pista contrária pela qual eu vinha chegando, detonou a porta do motorista e toda a lateral do meu Celta, e acabou indo chocar-se com veículos estacionados.

Se eu chegasse naquele trecho cinco segundos antes, é possível que, ao invés de cruzar a pista, me apanhasse pelo lado do passageiro, acertando em cheio a cadeirinha da princesa. A hipótese me dá calafrios até agora.

Estando mais desgovernado ainda, talvez não só afundasse a porta, mas também me afundasse.

Enfim, posso considerar-me até afortunado por não ter havido ferimento nenhum, apenas o enorme susto que minha menina levou e a deixou tão atônita. O primeiro grande perigo a gente nunca esquece.

Nos próximos anos, talvez eu passe o 16 de abril inteiro na cama...

3 comentários:

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Vida que segue, como diz o Kotscho.

Alyson disse...

Minha solidariedade para você e seus familiares! Fiquei chocado ao ler isto e, ao mesmo tempo aliviado por vocês sairem ilesos. Coisa do destino, foi bom desabafar!

Alyson do Rosário Junior

celsolungaretti disse...

Alyson,

é complicado você criar uma filha com imenso carinho durante sete anos, vê-la tornar-se um maravilhoso ser humano, tudo com que você sempre sonhou e, de repente, perceber que uma diferença de poucos segundos a salvou de um acidente que poderia ser fatal, provocado por uma pessoa absolutamente insensata ao volante.

É o mundo em que vivemos. Quando comecei a dirigir, os outros motoristas costumavam ser atentos, os pedestres zelavam pela própria pele, etc. Hoje, motoristas e motoqueiros fazem barbaridades, já perdi a conta das situações em que ajudei a evitar que se acidentassem. E pedestres atravessam ruas com a cabeça no mundo da lua, sem olharem em direção nenhuma.

Eu sou um cara muito consciencioso, orgulho-me de ser motorista desde 1969 e jamais ter ferido pessoa nenhuma. Mas, cada vez fico mais assustado com o comportamento agressivo de uns e o alheamento de outros. As pistas ficaram muito perigosas.

Um abração!

Related Posts with Thumbnails