Torço para que minha mãe tenha encontrado a carona com que sonhava, para um plano superior e bem melhor do que este aqui.
Fiz o que pude para torná-la mais feliz. Infelizmente, só chega à felicidade quem a procura e está aberto para ela. Freud tinha razão: são experiências longínquas as que moldam nosso temperamento, e poucos as conseguem transcender.
Fiquei com aquela sensação de impotência, de quem percebe a causa mas não consegue alterar o efeito. E dois consolos, o de saber que não era culpado pela difusa insatisfação da minha mãe; e o de não haver poupado esforços para proporcionar-lhe alegrias.
Se o além corresponder às suas crenças kardecistas, talvez ela agora se liberte do peso do passado ou das pendências de outras encarnações, reencontrando o otimismo perdido. Tomara.
Gente é para brilhar, disse o Caetano Veloso num momento inspirado.
3 comentários:
Sou leitora frequente do seu blog apesar de não concordar com algumas ideias. No entanto, envio-lhe meus sentimentos pela perda tão dolorosa.
Tenho acompanhando algumas de suas pastagens. Dia desses disse a uma pessoa próxima a nóis dois que eu o achava um homem inteligente . Use-a agora para compreender o ciclo da vida. Costumamos nos esquecer...mas a verdade é apenas uma: a morte serve de pano de fundo para a vida. Abraços
Por força da vida que levei, tenho desde cedo a consciência de nossa finitude.
Mas, sou humano. No momento em que a perda ocorre, machuca muito.
Obrigado.
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