domingo, 22 de setembro de 2013

O INCONFORMISMO TARDIO DE SATORU MASSA. OU SERÁ FELIPE NAKAJIMA?

Nakajima: antes bufão do que samurai
Emburrado por ter recebido um pé na bunda da Ferrari, o piloto Felipe Massa andou declarando que não mais serviria de escudeiro para o espanhol Fernando Alonso, a quem várias vezes cedeu posições por determinação da equipe, bisando o comportamento vexaminoso de Rubens Barrichello.

Resta saber se existe(m) ou não cláusula(s) contratual(is) que o obriguem a portar-se como fiel vassalo. Em caso afirmativo, a birra do Massa configuraria quebra de contrato.

Pois a desfaçatez era tamanha na Fórmula 1 que, há um quarto de século, o contrato da Nelson Piquet com a Lotus especificava o  Código de Conduta  à qual estava submetido o segundo piloto, Satoru Nakajima.

O japonês não só era impedido de ultrapassar Piquet sem autorização da equipe, como, "quando o carro número 2 estiver à frente do número 1, ele vai aceitar ordens dos pits para ceder a posição". 

Está lá, preto no branco, agora verificável por qualquer um porque o contrato do brasileiro foi disponibilizado na internet pela biblioteca da Universidade da Califórnia. 

A cláusula nº 1 garantia que Nakajima concordava com tudo.

Mas, mesmo que os gangstêres da F-1 tenham se tornado mais sutis desde então, não passando recibo de suas práticas antiesportivas, é óbvio que a regra do jogo continua a mesmíssima, explícita ou implícita.
Este fez tudo para merecer o apelido de pé de chinelo

O que nos remete a um dos grandes ensinamentos do Evangelho: "Pois, o que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36)

Para pessoas que, de um jeito ou de outro, fome não passariam, terá valido a pena fazerem papel de bufões aos olhos do mundo inteiro em troca de um punhado de dólares? Mesmo o punhado sendo de milhões?

Parafraseando o grande Proudhon, a amoralidade capitalista frequentemente impõe, aos que buscam uma posição diferenciada numa sociedade desigual e injusta, o ônus de serem "ridicularizados, escarnecidos, ultrajados e desonrados".

Desde que consintam, claro.  Obrigado ninguém é.

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