quinta-feira, 18 de julho de 2013

...PRA COBRIR OS OMBROS NUS"

Como expressão do meu repúdio à visita do velho senhor indigno 
que colaborou com a ditadura argentina, republico o post 
Novo papa é da estirpe de Pio XII, de 14/03/2013

Este foi conivente com a ditadura argentina...
Radicado há décadas no Brasil, Carlos Lungarzo, incansável defensor dos direitos humanos, é argentino de nascimento e conhecedor profundo da trajetória do jesuíta Jorge Bergoglio, agora papa Francisco, outro sumo pontífice conservador de uma Igreja que, qual avestruz, enterra cada vez mais a cabeça na areia para alhear-se dos desafios da atualidade.

Os segredos do santo padre (clique p/ abrir) é um artigo obrigatório. Nele, Lungarzo traça o perfil de um religioso que, por identificação ideológica com a ditadura argentina, oportunismo ou pusilaminidade, recusou ajuda a um membro da sua Ordem, permitindo que ele caísse nas garras dos esquadrões da morte militares; e não moveu uma palha para encontrar uma criança recém-nascida sequestrada pela repressão, indiferente às súplicas da família.

O que ele tem em comum com Pedro é já haver negado Cristo... e muito mais do que três vezes!

...e este, com o nazismo.
O paralelo mais  apropriado, contudo, é com o papa Pio XII, aquele que ficou em cima do muro enquanto grassava a barbárie nazista.

Destaco os trechos principais:

"A Argentina voltou à normalidade democrática em 1983 quando o então padre Bergoglio estava com 47 anos. Nessa época, o atual papa era reitor do (...) maior seminário de formação de sacerdotes da Argentina (...), após ter sido, entre 1973 e 1979, o principal chefe (...) da poderosa e influente ordem dos jesuítas...

Em 1983, Jorge Bergoglio, uma figura austera, silenciosa, alheia a chamar a atenção, não tinha nenhuma influ'ncia política evidente, mas acumulava muita influência invisível. Ele utilizou essa influência para tentar mostrar um rosto 'moderno' da Igreja, modificando a imagem desta como cúmplice qualificada e ativa dos genocídios e torturas generalizadas, que foram comuns na Argentina...

Como é bem conhecido, a Igreja Católica apoiou intensa e devotadamente os crimes da ditadura, não apenas encobrindo ou justificando-os, mas também dando apoio psicológico e propagandístico, colocando a seu serviço seu aparato internacional (incluída a máfia italiana e o grupo P2), abençoando as máquinas de choque e os instrumentos usados para mutilação, e até, em vários casos, aplicando tortura com suas próprias mãos.

Há pelo menos 40 livros em espanhol e pelo menos 15 em inglês, dedicados de maneira total ou parcial à cumplicidade da Igreja Católica com os crimes de Estado na Argentina nos anos 1976-1983, e milhares de páginas de Internet.

Como em muitos outros países, uma minoria de padres apoiou a causa dos direitos humanos e teve certa militância no que foi chamado 'Teologia da Libertação'.

Dois deles foram os jesuítas Orlando Dorio e Francisco Jalic que propagavam uma visão social do cristianismo em favelas e bairros populares. Estes padres foram capturados pelos esquadrões da morte dos militares e submetidos a tortura, mas conseguiram sobreviver. Enquanto Jalic se fechou num mosteiro alemão e nunca mais falou de seu passado (e possivelmente, nunca voltou a Argentina), Dorio acusou explicitamente a Bergoglio, que era a máxima autoridade de jesuítas, de ter negado proteção e haver permitido que ele fosse capturado.

Bergoglio usou por duas vezes os privilégios de não acatar as decisões da justiça, privilégio que a Argentina concede aos bispos, que têm um fórum privilegiado equivalente ao dos deputados, senadores e presidentes. Em função disso, recusou dar depoimento aos tribunais que julgaram os crimes contra a humanidade na época da ditadura.

Bergoglio aceitou, porém, comparecer a uma terceira intimação, quando a pressão dos milhares de vítimas se tornou muito intensa.

Segundo a advogada Myriam Bregman que trabalha em direitos humanos, as afirmações de Bergoglio, quando aceitou ir aos tribunais, mostram que ele e outros padres eram coniventes com os atos praticados pela ditadura. Ele, porém, não foi indiciado, também com base na 'falta' de provas.

Em 1977, a família De la Cuadra (...) teve sequestrados cinco de seus membros, dos quais apenas um reapareceu muito depois.

O padre Bergoglio se recusou a indagar onde eles estavam e até a ajudar a procurar uma criança recém nascida, filha de uma das mulheres desaparecidas.

Em algumas ocasiões, o Santo Padre não pôde refutar que a ditadura argentina tinha cometido numerosas atrocidades, mas argumentou que isso foi uma resposta provocada pela esquerda, que, segundo ele, também teria usado o terror. Este infame argumento, como todos sabem, foi fortemente repudiado em todos os países que tiveram ditaduras recentemente.

Durante o governo de Néstor Kirchner e, após, o de sua esposa, Cristina Fernández, o atual papa, mantendo seu estilo 'sutil' aproveitou para criticar muitas vezes o governo (...), acusando-o de ditatorial, de gerar o caos, de defender pessoas de vida sexual 'abominável', etc.

Com seu estilo aparentemente moderado, Bergoglio teve certo sucesso onde outros padres, que pregaram abertamente a tortura e o genocídio dos ateus e marxistas, fracassaram. Com efeito, apesar de ser unanimemente repudiado pelos defensores de direitos humanos, inclusive os católicos, ele nunca foi processado, como aconteceu com o padre Wernich, e até conseguiu forjar uma máscara de tolerância".

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