"Logo
que saltou em terra, saiu-lhe ao encontro um homem da cidade, possesso
de demônios, que havia muito tempo não vestia roupa, nem morava em casa,
mas nos sepulcros.
Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios." (Livro de Lucas, 8:27 e 8:30)
Um dos motivos que me levaram a somar forças com o Carlos Giannazi e com o PSOL, visando tentar pôr fim à monopolização dos governos paulistano e paulista por parte dos tucanos e seus aliados (responsáveis pela escalada autoritária e balões de ensaio golpistas dos últimos anos), foi a certeza de estar ingressando numa agremiação não stalinista, ou seja, que rejeita o monolitismo e admite a diversidade de opiniões no campo da esquerda.
Então, ao me posicionar sobre o mensalão --considerando-o um esquema de corrupção real mas idêntico a uma infinidade de outros que não provocaram idêntico clamor do Judiciário e da mídia-- nem me preocupei em consultar o partido, pois tinha certeza de que, havendo alguma discrepância de pontos de vista, seria tida como perfeitamente normal.
Então, foi com satisfação que, ao ler a Nota do PSOL sobre o Julgamento do Mensalão (ver íntegra aqui), assinada pelo presidente nacional Ivan Valente, constatei sua afinidade com minhas avaliações, conforme fica bem evidenciado nestes trechos:
Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios." (Livro de Lucas, 8:27 e 8:30)
Um dos motivos que me levaram a somar forças com o Carlos Giannazi e com o PSOL, visando tentar pôr fim à monopolização dos governos paulistano e paulista por parte dos tucanos e seus aliados (responsáveis pela escalada autoritária e balões de ensaio golpistas dos últimos anos), foi a certeza de estar ingressando numa agremiação não stalinista, ou seja, que rejeita o monolitismo e admite a diversidade de opiniões no campo da esquerda.
Então, ao me posicionar sobre o mensalão --considerando-o um esquema de corrupção real mas idêntico a uma infinidade de outros que não provocaram idêntico clamor do Judiciário e da mídia-- nem me preocupei em consultar o partido, pois tinha certeza de que, havendo alguma discrepância de pontos de vista, seria tida como perfeitamente normal.
Então, foi com satisfação que, ao ler a Nota do PSOL sobre o Julgamento do Mensalão (ver íntegra aqui), assinada pelo presidente nacional Ivan Valente, constatei sua afinidade com minhas avaliações, conforme fica bem evidenciado nestes trechos:
"...o mensalão não só existiu como revelou a dinâmica da utilização de recursos públicos para a compra de aliados.
O mensalão, porém, não é o primeiro escândalo de corrupção vivido em nosso país. A privatização de empresas como a Vale e das companhias de telecomunicação, bem como a compra de votos para assegurar a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, demonstram que a corrupção tinha profundas raízes nos governos tucanos.
Antes deles, a cassação do ex-presidente Collor de Mello e as denúncias contra os governos militares e o governo Sarney, já haviam demonstrado que a corrupção é um componente endêmico da política brasileira. E a atual 'CPMI do Cachoeira' mostra claramente que esquemas semelhantes continuam em vigor, ou seja, empresas continuam participando direta ou indiretamente no pagamento de propina e no financiamento das campanhas dos grandes partidos em nosso país.
Portanto, o julgamento do mensalão revela, principalmente, as opções do Governo Lula e do PT em favor de uma 'governabilidade' baseada em relações fisiológicas e de dependência financeira com as quais os novos inquilinos do palácio do Planalto não quiseram romper.
O mensalão é a prova máxima de que o PT e seu governo abriram mão de um programa de mudanças profundas, preferindo a aliança com os partidos da ordem que chancelaram seu apoio em troca e cargos, liberação de emendas parlamentares e, neste caso, pagamento de campanhas e compra de votos. Ou seja, vícios políticos que descambaram para a corrupção aberta visando a perpetuação no poder.
...o PSOL expressa seu repúdio à corrupção e exige a punição de todos que, comprovadamente, tenham utilizado recursos públicos para corromper ou que foram corrompidos, cedendo seu apoio ao governo em troca de dinheiro. Ao mesmo tempo, rechaçamos o circo midiático que busca realizar um julgamento meramente moral do caso do mensalão: ele é, antes de tudo, um problema político..."
8 comentários:
Prezado Celso, aprendi a gostar do seu blog pelo que ele tem de sonhador. Realmente, sonhos não envelhecem. Homens, sim. Há duas maneiras de se chegar ao poder, pela via revolucionária ou pela via democrática. Há uma terceira falsa via que é chegar pela via democrática e depois tentar uma revolução por dentro. Mas isso é fonte de instabilidades de tal ordem que, na prática, é inviável. O PSOL não é um partido viável para chegar ao poder pela via democrática porque suas propostas não o são. Logo, resta ao PSOL a eterna oposição, o sonho da revolução. O PT também era assim inicialmente. Mas homens envelhecem. Lula e seus companheiros envelheceram e decidiram, em algum momento, chegar ao poder. Lá mostraram um contraponto ao neoliberalismo muito mais próximo a social-democracia que ao socialismo. Foram exitosos, o Brasil está melhor, a plutocracia está fora do poder, e uma sua companheira em armas lá está. Mas para chegar ao poder tiveram de pagar o preço de aceitar as regras. Esse preço os sonhadores não têm pagar, desde que fiquem foram do poder, exercendo o direito de crítica de quem xinga da arquibancada sem poder influenciar no jogo. Nunca erram, porque nada fazem.Sonham com a revolução. E sonhos não envelhecem.
Prezado Celso, não é meu desejo publicar como anônimo. Gostaria de Publicar com o meu nome, porém, não faço a mínima idéia do que minha URL, que nada tem de opcional.
O mais simples é comentar como "anônimo" mas botar o nome no final do texto.
Quanto a governar como os partidos burgueses para obter da burguesia aval para governar --e curvando-se caninamente à imposição de não ultrapassar certos limites--, isto é suficiente apenas para quem almeja o poder pelo poder. Revolucionários querem o poder para colocá-lo a serviço dos explorados.
O Plínio de Arruda Sampaio disse que, se era para chegar ao poder como o PT chegou em 2002, mais valia ter continuado na oposição. Concordo plenamente.
E O FATO PRINCIPAL É QUE O PT NÃO ESTÁ MUDANDO O BRASIL. SEUS DIRIGENTES, SIM, É QUE FORAM MUDADOS PELO QUE O BRASIL TEM DE PIOR.
Quando faz pactos com os Malufs da vida, não apenas conquista minutos no horário eleitoral e votos favoráveis no Congresso, mas dá em troca trunfos para os canalhas dos partidos fisiológicos se reelegerem.
Negocia com essa ralé porque ela detém nacos do Legislativo, mas ajuda essa ralé a manter tais nacos. É um circulo vicioso. Os mensalões nunca acabam.
Allende fez mais do que sonhar: conquistou o governo e governou como homem de esquerda, até o fim. É desta forma que temos o direito moral de entrarmos na política oficial. Não como o PT, que desacreditou os ideais da esquerda e tornou o povo cético quanto à possibilidade de uma mudança revolucionária.
Compamheiro, mesmo discordando em partes do que alegas, eu concordo em termos, com muita parte do seu argumento. Que esta gente que está no poder fez uma lambança dos diabos é inegável. O seu argumento é insofismável. Por outro há ainda o fato de que sua luta política desde os tempos de quase uma adolescente, como ví naquela foto dos arquivos da ditadura, o gabarita a ter e emitir com galardão, suas opiniões. Minha única ressalva reporta-SE AO FATO DE, SERÁ QUE SE ESTA GENTE NÃO TIVESSE CHEGADO AO PODER, VERÍAMOS, ou veria eu, minha sobrinha estudando medicina, meu sobrinho, estudando mecatrônica, meus parentes, todos em universidades. Mais ainda, nós uma família de ascendência de campônios estríamos hoje como estamos? Sem luxo, sem consumismo, sem carros. já que é um dos objetos que são objetos de desejo de consumo desta tal nova classe que ascendeu a um novo patamar e que nós desprezamos( o desejo quase paranóico de consumo). Não nos faz falta. Queríamos apenas que os membros de nossa família tivesse acesso à universidade, ao saber. Então te pergunto, teríamos conseguido isto, se esta gente não tivesse chegado ao poder? A dúvida: Teria outra maneira? Porém, foi aceitável ter sido desta forma?
Saudações socialistas e um grande abraço de quem te admira e te comptempla.
Lungaretti, o TCU confirmou que não houve desvio de recursos públicos. Vc perdeu meu voto.
Rogério
Posso perder votos, mas jamais trairei o compromisso que assumi com os ideais revolucionários.
A opção é defender a esquerda ou defender os petistas que envergonharam a esquerda ao incidirem nas mesmas prática dos tucanos, "herdando" e ampliando o mensalão do Azeredo.
Eleição nenhuma do mundo me faria apoiar quem ajudou a desacreditar a revolução, tornando o povo ainda mais descrente da política.
Tenho visto o PSOL se alegrar por conta do mensalao. O PSOL se equivoca ao fazer coro ao pig pela condenaçao de Dirceu quando, ao invés disso, deveria lutar pelo fim do finaciamento privado de campanhas. Como esta´atualmente, só os psrtidos de direita tem chace de vitória no Brasil rural
spin
Companheiro,
só posso defender um revolucionário quando ele age como revolucionário. Eu defenderia o Zé com tanto ardor quanto defendi o Battisti, se o estivessem acusando pelo seu papel na resistência à ditadura.
Mas, sinceramente, não posso defender o comprometimento da imagem da esquerda para garantir apoio legislativo --muito menos por parte de um governo que em nenhum momento contestou as relações de poder na sociedade.
Se o PT queria governar em permanente lua de mel com os banqueiros, que mandasse os banqueiros subornarem senadores e deputados, ao invés de o fazer por sua própria conta e risco.
E jamais ficarei contente com uma condenação dessas, não por solidariedade aos acusados (não a merecem), mas sim porque seus crimes são imputados à esquerda --ou seja, acabam servindo para desqualificarem a todos nós.
O máximo que posso fazer, como revolucionário, é criticar o "dois pesos e duas medidas", exigindo rigor semelhante nos julgamentos dos corruptos dos partidos de direita.
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