Um RP competente alertaria Ferreira Pinto de que se deixar clicar com copo na mão é pagar para não ser levado a sério |
Não foi só o
controle da PM que o Governo Alckmin perdeu. Anda tão desnorteado que já
não sabe nem qual é o seu papel, a ponto de o secretário da Segurança
Pública, Antonio Ferreira Pinto, sair por aí rasgando seda para... JUSTICEIROS (!!!).
Ele levou um merecido puxão de orelhas de O Estado de S. Paulo,
o vetusto jornalão que, de vez em quando, honra seu passado, fazendo
jus ao papel exemplar que desempenhou na luta contra os exterminadores
do passado, aquele Esquadrão da Morte que o delegado Sérgio Fleury criou
e o promotor Hélio Bicudo derrotou.
Eis um trecho quase irrepreensível do editorial do Estadão, Escalada de violência (cuja íntegra pode ser acessada aqui):
Será este o personagem predileto de Ferreira Pinto? |
"...o súbito aumento dos últimos meses na capital, aliado à sensação de insegurança causada também por episódios de despreparo da polícia, revela sinais de fadiga da estratégia do governo. Como resposta, porém, as autoridades parecem mais preocupadas em reduzir sua parcela de responsabilidade.
A violência policial contra inocentes, por exemplo, é atribuída à 'tensão' causada pela onda de ataques do crime organizado contra policiais - ou seja, os óbvios problemas de treinamento da tropa para situações de confronto, nas quais mesmo bandidos têm de ter seus direitos assegurados, são convenientemente omitidos. O destempero de alguns PMs resultaria do medo que eles têm de serem mortos; logo, eles seriam tão 'vítimas' quanto as pessoas que mataram.
Essa inversão de papéis atinge um perigoso grau quando o secretário Ferreira Pinto elogia um motociclista que recentemente matou, a tiros, dois suspeitos de tentar assaltar uma mulher em Santo Amaro. Não se sabe quem é o atirador. 'Se ele atirou em defesa da senhora, ele atuou corretamente', disse Ferreira Pinto, como se o monopólio da violência legítima não estivesse nas mãos do Estado.
Ou, quem sabe, este... |
Aqui, o importante não é o caso do motociclista em si, cujos detalhes ainda são obscuros, mas a aceitação, por parte de uma autoridade pública da área de segurança, de que haja um justiceiro à solta por aí - neste caso disfarçado não com uma máscara de morcego, mas com um capacete de motociclista.
'A segurança pública é dever de todos', disse o secretário, numa tentativa excêntrica de atribuir aos cidadãos sua própria defesa. É improvável que Ferreira Pinto tenha pretendido mesmo pregar o 'cada um por si', como sua declaração sugere, mas o ato falho da frase mal enunciada e o elogio ao justiceiro revelam que o governo paulista neste momento está mais preparado para capitalizar a redução da violência, quando ela ocorre, do que para enfrentar seu crescimento, quando ele se escancara".
O "quase
irrepreensível" fica por conta de o editorialista não haver notado um
aspecto importante: a mulher e a criança estavam presumivelmente
ameaçadas (na verdade, a arma dos assaltantes era de brinquedo) quando o
motoqueiro fulminou o primeiro bandido; mas não quando ele perseguiu os
dois que fugiam apavorados e cravou uma bala na cabeça de um deles DEZ METROS À FRENTE
(!!!) -- pois foi a esta distância que encontraram o segundo corpo e,
como o fulano teve morte instantânea, trata-se, obviamente, do local em
que recebeu o tiro.
Secretário da Segurança Pública que endossa uma sádica execução a sangue frio não pode ser mantido no cargo.
Um comentário:
E o fdp ainda fica tomando um bordeaux em sua rica mansão obviamente muito bem protegida pela polícia que é paga com o suor e o sangue dos contribuintes. Uma polícia, aliás, que mais aterroriza do que protege!
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