quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UMA QUERMESSE DE ATROCIDADES, ABERRAÇÕES, CAROLICE E LOUCURA EM SP

O valoroso companheiro Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, está furioso --e com toda razão. Vejam o motivo:
"O jovem negro Michel Silveira, de 26 anos, filho de Luís e Eliane Silveira Souza, agente sanitário da prefeitura de São Paulo, foi denunciado por um branco como autor de um assalto com armas.

Michel estava trabalhando como agente sanitário na Prefeitura de São Paulo no dia e hora em que se cometeu o pretenso delito.
O Jornal da Globo do dia 3 de janeiro passou uma detalhada matéria, na qual se mostra a gravação das câmaras do serviço de Michel, registrando sua presença no local.
Vários funcionários e funcionárias deram depoimento ao repórter da Rede Globo, e esta mostrou, ainda, a folha de frequência desse dia, em que aparece a assinatura do jovem Michel.

Tem mais: os colegas de um curso que ele realiza testemunharam de que ele tinha assistido às aulas depois do emprego, duplicando assim o já fortíssimo álibi.
A colega de trabalho, Rogéria Vasconcelos, disse que ele 'estava com a gente no ambiente fechado. Todo mundo é testemunha que ele estava presente no evento'.

A secretaria de Segurança Pública de São Paulo excedeu, neste caso, todo o histórico de cinismo, invencionice e abuso que são típicos desta central de extermínio popular: ela disse que o acusado NÃO APRESENTOU PROVAS DE QUE ESTIVESSE TRABALHANDO.

Ou seja, alguém acusado de qualquer coisa, DEVE APRESENTAR AS PROVAS DE SUA INOCÊNCIA??? Não vale, neste resíduo escravocrata do planeta, aquele princípio que se exige no mundo civilizado desde 450 a. C., de que o ônus da prova deve ser daquele que acusa!
 A barbárie dos jagunços não pára por aí. Para eles tampouco existe o 'princípio de não contradição'. Primeiro, a SSP disse que não houve flagrante. Mas, NOVE DIAS APÓS O FORJADO ASSALTO, eles disseram ter o flagrante.
Michel (foto ao lado) está preso desde há mais de dois meses.

Os jagunços não estão sozinhos. Eles estão bem protegidos pelos inquisidores. Um desembargador do Estado disse que a PRISÃO DE MICHEL NÃO ERA ILEGAL.

Detalhe: O JUIZ É UM DOS QUE RECUSOU O DIREITO DA MÃE DE UMA CRIANÇA SEM CÉREBRO A ABORTAR.
Alguém que exija que uma mãe sofra os horrores de uma gravidez de alto risco para ter uma criança que morrerá imediatamente e encherá sua vida de dor, só pode ser um (...) tipo de fanático: o que pode importar a liberdade ou a vida de um negro???

Trata-se de uma verdadeira quermesse de atrocidades, aberrações, atos de sadismo, carolice medieval e loucura assassina. Mas, junto com tudo isso, algo ainda mais claro: RACISMO'".
Eu assino embaixo, recomendando a leitura da íntegra do artigo de Lungarzo aqui. E, claro, seu repasse, publicação e difusão de todas as maneiras.

O governo tucano de São Paulo está ultrapassando todos os limites. A vergonhosa omissão da esquerda face à escalada de abusos e provocações na USP lhe serviu de sinal verde para outras investidas fascistóides. Se não reagirmos, a próxima será pior ainda. É HORA DE DARMOS UM BASTA!

Pois, como dizia o Vandré, "gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente".

3 comentários:

Marcos Trindade disse...

Caro Celso, bom dia. Sou leitor assíduo dos seus comentários mas nunca postei. Como você, também estou muito indignado. O Michel é meu primo e posso te garantir que ele sempre foi um rapaz exemplar. O sofrimento que os pais, irmãos e familiares estão passando é difícil de mensurar. Nossa justiça está doente, repugnante mesmo. Nem o direito de responder essa calúnia em liberdade, mesmo não possuindo nenhum antecedente criminal e tendo trabalho e endereço fixos. São Paulo tem se tornado nos últimos tempos palco de atitudes das mais fascistas, infelizmente. De um cidadão indignado, Marcos Marques de Sousa Trindade.

celsolungaretti disse...

Marcos,

parece que os companheiros reservam sua indignação com os tucanos para temas de campanha eleitoral, mesmo que se refiram a acontecimentos remotos como as privatizações.

Os atentados atuais à liberdade na USP e aos direitos humanos numa infinidade de casos não lhes interessam.

Com o Carlos e comigo, as vítimas dessas arbitrariedades sempre poderão contar.

Lembrando um belo trecho da peça ARENA CONTA ZUMBI: "Minha voz não pode muito, mas gritar eu bem gritei. Tenho certeza de que os donos dessas terras e sesmarias ficariam mais contentes se não ouvissem a minha voz. Por querer liberdade!".

ismar disse...

Caro amigo,

A incapacidade dos Governadores e Secretários de Segurança Pública para combater o racismo institucionalizado dentro das nossas polícias estaduais salta aos olhos.

Este problema é nacional, e deveria ser motivo de um debate nacional.

Mesmo aqui na Bahia, num Governo do PT, as estruturas facistas/racistas dentro das polícias militar e civil estão intocadas desde ma época da ditadura militar. Mata-se negros nas favelas baianas como troca-se de roupa. É um Genocídio.

Minha solidariedade total ao rapaz que injustamente está preso.



Abação.

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