segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SEPTUAGENÁRIO À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Está sendo extremamente desumano o tratamento que burocracias insensíveis e desprezíveis dão ao justo pleito do septuagenário jornalista Apollo Natali, que foi meu colega de redação na Agência Estado e é um dos melhores seres humanos que eu conheço.

Segue a carta por ele enviada no último dia 5 à corregedora federal Suzana de Camargo Gomes, que dá uma boa de suas agruras nessa via crucis que já se prolonga por 12 anos:
"A Justiça Federal negou no final de agosto a meu direito líquido e certo de aposentadoria integral. Meu primeiro pedido, em 1999, foi negado, e, observe, minhas duas carteiras profissionais mostravam mais de 28 anos de registro e o INSS não aceitou na ocasião recibos de salários de 8 anos do Jornal da Tarde, como se o contribuinte, e não o INSS, tivesse a obrigação de fazer as empresas registrar seus empregados.

O INSS me torturou moralmente durante 12 anos, tempo em que lutei em vão ante a negativa do Instituto em me conceder aposentadoria a que tenho direito, e durante o tempo de minhas andanças para conseguir derrubar o antigo instituto de perda de qualidade, instrumento medieval de sequestrar contribuições dos trabalhadores ao INSS.

Nesse longo meio tempo, o INSS, estranhamente, declarou por escrito que havia perdido minhas duas carteiras profissionais e, sem comprovar minhas contribuições, concedeu-me aposentadoria por idade, em seguida suspendeu essa aposentadoria exigindo apresentação das carteiras de trabalho extraviadas pelo próprio INSS, em seguida restaurou-a - e demorou dois anos para começar a pagar: tortura.
Nesse longo período de tortura moral a que fui submetido, buscando aposentadoria integral a que tenho direito, uma das minhas mais prolongadas torturas e inúteis batalhas foi acreditar nessa Ouvidoria da Previdência, cega, surda, muda, tetraplégica, autista, como atestam as vinte respostas repetitivas, feito xérox, sem solução, a mim enviadas, durante os longos anos dessa guerra suja a que fui conduzido pelo INSS na reivindicação dos meus direitos.
O golpe mortífero desse meu assassinato moral e financeiro foi o INSS me conceder agora aposentadoria proporcional, dando vida ao meu primeiro e negado defunto pedido de 1999, fingindo que são mentira os 37 anos de tempo de serviço que consegui provar com a apresentação de recibos de salários que resgatei em empresas onde trabalhei, depois de o INSS ter confessado a perda de minhas duas carteiras.
No tempo em que garimpava recibos de salários de empresas onde trabalhei, constatei grave desvio de conduta trabalhista praticada pelo Grupo Estado: havia registro de 3 anos de trabalho em carteira no Estadão (de 1º/02/1964 a 25/05/1966) mas não havia o livro de registro de empregado. Sem contar esses 3 anos, meus recibos de salários todos comprovam 35 anos e alguns meses de tempo de serviço.
Contando com esses 3 anos, estariam comprovados 38 anos de tempo de serviço. E olhe que, antes do início do meu registro no Estadão, 1º/02/1964, já havia trabalhado na mesma função no Estadão, sem registro, os dois anos anteriores, 1962 e 1963, mas não localizei esses recibos, tempo que pode ser comprovado por testemunhas.
E que Justiça é essa, de o INSS conceder-me agora aposentadoria proporcional sobre 30 anos de tempo de serviço?"
Quem puder lhe dar uma força nessa luta, por favor, entre em contato pelo e-mail apollo.natali2@gmail.com. Ficarei muito grato.

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