Quem são esses homens incapazes de se indignar com os tormentos infligidos aos indefesos, esses homens que se mantêm olimpicamente insensíveis à dor de seus semelhantes?
São os homens ocos.
A eles T. S. Eliot dedicou um poema terrível e terrivelmente belo, do qual reproduzo os versos que vêm ao caso:
"Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor
(...) É assim que acaba o mundo
É assim que acaba o mundo
É assim que acaba o mundo
Não com estrondo, mas com um suspiro".
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