quinta-feira, 7 de abril de 2011

OS FRUSTRADOS ANÔNIMOS E O MAFUÁ DA MÍDIA

O circo da mídia vira mafuá de grotão quando ocorre um episódio como o do bobalhão que resolveu se matar da forma mais espalhafatosa possível, levando um monte de jovens com ele.

Era zero e  queria  ser um número. Como não o conseguiria por mérito ou talento, apelou para o método de Charles Manson -- provavelmente a primeira insignificância a se tornar  celebridade  por promover uma matança sem pé nem cabeça.

A versão carioca também ansiava -- ainda que inconscientemente -- por visibilidade, pois a sociedade do espetáculo planta esta compulsão na cabeça dos videotas.

E seu drama era mais patético ainda, por decorrer, em boa parte, de uma óbvia homossexualidade não assumida. Se o debilóide não reprimisse seus instintos (ou se tivesse consultado um analista), é possível que as coisas não chegassem a esse ponto.
Manson e seu olhar insano

Choca constatarmos que, meio século depois da liberação sexual, ainda haja quem se refugie dos seus desejos em delírios religiosos mortíferos!

Parece uma variação do Repulsa ao Sexo, de Roman Polanski, que em 1965 já parecia enfocar um drama anacrônico...

Menos datado é Na Mira da Morte (1968), de Peter Bogdanovich, o filme que mais fielmente expôs a pequenez e banalidade dos assassinos seriais. Nenhum deles é Hannibal. Todos são míseros Wellingtons.

De resto, ao dar tamanho destaque aos chiliques de um assassino repulsivo, a mídia de mafuá incentivou outros frustrados anônimos a seguirem seu bestial exemplo.

Melhor seria se nem houvessem publicado seu nome.

Melhor seria  se as autoridades tivessem queimado de imediato a ridícula carta de suicídio.

Caso haja nova matança, todos já sabem de quem é a culpa: da imprensa vampiresca que se alimenta do sangue de vítimas como as desta 5ª feira negra.

Na mira da morte (Targets, 1968), o filme defitinitivo sobre as
mediocridades que perpetram matanças sem pé nem cabeça.

2 comentários:

Osmar Z. G. Portugal FH disse...

Celso, Lamento mas nessa discordamos. O crime realmente foi hediondo. Não concordei, no entanto com teus argumentos, sobretudo com o ataque aos loucos (parece-me desconehcimento de o quem (o Neo-Liberalismo) e o que (a genética, mas não infalivelmente) os produz.
Argumentei. Se quiser revidar, faça-o.
Não creio seja este motivo para interromper nossa correspondência; mas, no entanto, se assim o entender, peço a gentileza de mo fazer saber, pois que sou tam bém um "louco" diagnosticado, emmbiora pacífico. Se entender que não é desvalia corresponder-se comigo, isso é com v.
Creio ter me valido de argumentos convincentes.
Celso, caríssimo Celso v está muito além "deste" pobre artigo. Faça-se valer. Defenda B. e outras coisas mais de que v é capaz.
Lamento, HS.

celsolungaretti disse...

Osmar,

este espaço está sempre aberto às críticas pertinentes. Só deleto propaganda fascista, defesa de ditaduras e abominações tais.

Meu problema não é com os loucos, é com quem quer que seja, louco ou não, que mate os outros sem motivo, só para aparecer.

Estimava muito o John Lennon e achava a Sharon Tate uma graça. Meu sangue ferve sempre que me lembro das nulidades que os assassinaram apenas para aparecer, o Charles Manson e o Mark Chapman.

Posso comprender (o que não quer dizer aceitar...) quem mate por ideal, para se defender, até por vingança. Mas, a troco de nada, não.

E acredito que, para não os incentivar, deveriam mesmo ser totalmente ignorados pela mídia. Nem mesmo seus nomes se tornarem conhecidos.

Será sempre forte a possibilidade de outro frustrado anônimo invejar os holofotes de um Wellington desses e fazer o mesmo. Nos EUA sempre acontece. Aqui poderemos ir pelo mesmo caminho.

Abs.

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