Em outubro de 2009, quando lancei um artigo com este título provocativo mas pertinente, houve muita chiadeira de defensores do estado judeu.
Não se tratava, nem de longe, de um insulto gratuito. Historiei a marcante participação do Bund nos movimentos revolucionários europeus, recordei a fascinante proposta original dos kibutzim, uma experiência na linha do chamado socialismo utópico. Até chegar a esta triste constatação:
"Na segunda metade do século passado, entretanto, Israel viveu sua transição de Dr. Jeckill para Mr. Hide. Virou ponta-de-lança do imperialismo no Oriente Médio, responsável por genocídios e atrocidades que lhe valeram dezenas de condenações inócuas da ONU.
Até chegar ao que é hoje: um estado militarizado, mero bunker, a desempenhar o melancólico papel de vanguarda do retrocesso e do obscurantismo".
Isto foi depois da terrível carnificina que Israel perpetrou na faixa de Gaza e antes do ataque à flotilha humanitária que tentava furar o bloqueio do Gueto de Varsóvia... ôps, quer dizer, do confinamento dos palestinos.
Tendo a mais obtusa direita no poder, desde então Israel compete com a Itália de Berlusconi na produção de leis aberrantes, odiosas e discriminatórias, como esta que a BBC noticiou:
Início de 2009: vítima dos ataques israelenses na Faixa de Gaza |
"O Parlamento de Israel aprovou, na noite desta segunda-feira [28/03], a chamada Lei da Cidadania e da Lealdade, que estabelece a revogação da cidadania de israelenses que forem considerados culpados de crimes de traição, espionagem e terrorismo.
A lei, de autoria do partido de extrema direita Israel Beitenu (liderado pelo chanceler Avigdor Lieberman), altera a Lei da Cidadania de Israel e, pela primeira vez na História do país, estipula condições segundo as quais é possível revogar o direito de cidadania.
Segundo a lei, cidadãos israelenses 'que forem condenados por crimes de espionagem, atos de terror, ajuda ao inimigo em tempos de guerra e serviços em favor de forças inimigas' poderão ter seus direitos de cidadãos revogados pela Suprema Corte de Israel.
Condenados que tenham dupla cidadania perderão a israelense totalmente; os que tiverem apenas a cidadania israelense ganharão status semelhante ao de estrangeiros residentes no país, sem direito a voto ou passaporte, por exemplo.
Durante o nazismo, os judeus eram obrigados a ostentar a estrela de Davi |
O chanceler Lieberman declarou que 'quem prejudicar o Estado não pode usufruir da cidadania. A lei aprovada no Parlamento nos ajudará a enfrentar aqueles que abusam da democracia para tentar sabotá-la'.
Já deputados de partidos de esquerda e de partidos que representam os cidadãos árabes de Israel condenaram a nova lei, argumentando que ela corrói a democracia israelense ao impor condições ao direito básico da cidadania".
O que usarão esses cidadãos de 2ª categoria, para diferenciá-los dos que continuarem mantendo todos os seus direitos democráticos?
Que tal estrelas de Davi em braçadeiras ou costuradas na roupa? Afinal, se uma sistemática cumpriu bem sua finalidade, não há necessidade de introduzir outra...
Que tal estrelas de Davi em braçadeiras ou costuradas na roupa? Afinal, se uma sistemática cumpriu bem sua finalidade, não há necessidade de introduzir outra...
É ou não é o IV Reich?
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