Diego, meu colega de escola, companheiro de movimento estudantil e de militância revolucionária (na década de 1960), é espanhol de Múrcia.
Seu pai, porque havia sido prefeito socialista da cidade, percebeu que, embora não o tivessem prendido, jamais levaria vida normal sob o franquismo. Veio para cá.
Quando a família desembarcou em Santos, o Diego, lá pelos seus oito anos, espantou-se ao ver vários moleques surrando um só. Perguntou ao pai: "Eles não têm honra?".
Porque na Espanha daquele tempo, se cinco queriam acertar as contas com um, ficariam desmoralizados caso atacassem todos juntos. Tinham de ir um de cada vez.
Fiquei me lembrando desta história ao saber que mais um espaço da esquerda se fechou para mim e para o Carlos Lungarzo.
Nem é o caso de dizer qual, pouco importa. O que me choca é essa atitude que, o Diego e os espanhóis estavam certíssimos, macula qualquer pessoa decente e, muito mais, quem se pretenda revolucionário.
Pois, cada vez que meus escritos se chocam de forma mais evidente com certos dogmas e avaliações da esquerda, embora representem claramente outra linha de pensamento pertencente ao campo revolucionário, as reações são sempre as mesmas:
- ou sofro o ataque simultâneo e flagrantemente orquestrado de vários adversários (o rolo compressor);
- ou há maquinações de bastidores para me roubar tribunas, inclusive me caluniando e satanizando (a facada nas costas).
Isto apenas revela o pior das pessoas. Quem foi capaz de suportar 34 anos de ostracismo para fazer prevalecer a verdade sobre a versão conveniente, não se deixa intimidar por tão pouco.
Vivo e morro por meus princípios.
A luta continua.
A luta continua.
5 comentários:
Caro Celso,
Tenho meditado sobre o até agora insuperável fosso que separa as correntes de esquerda e penso que aquilo que devia nos unir é infinitamente maior e mais importante do que aquilo que nos separa. Se é assim, o militante que não consegue sequer aceitar as diferenças com naturalidade não poderia jamais se considerar de esquerda, é outra coisa qualquer, bem irrisória.
Mas quando você diz "nem é o caso de dizer qual, pouco importa" entendo que está realçando o pouco valor revolucionário dos panacões, até imagino quem são, mas não seria o caso de expô-los à luz do meio dia?
abraços
Por favor, leia o texto e veja o vídeo até o fim. Se Achar interessante, me ajude a divulgar. Acho relevante o assunto. Saudações fraternas: Heroísmo. Este post é sobre heroísmo. Leia até o seu fim, veja os 3 vídeos! O homem de ferro e de Flor http://tiagoaaguiar.blogspot.com/2011/03/o-homem-de-ferro-e-de-flor.html?spref=tw #DesarquivandoBr
Marcelo,
é que, ao contrário de outros episódios semelhantes, a tribuna, em si, não é importante.
Mas, alguém veio a mim e ao Lungarzo oferecer-nos espaço permanente em sua tribuna. Tratou-nos como amigos. Fez entrevistas conosco. Cativou-nos.
De repente, essa pessoa exclui a nós ambos, sem avisos nem explicações.
Eu pensei que fosse um problema da informática e lhe mandei dois recados, um por e-mail e um por comentário. NADA RESPONDEU.
O Lungarzo, pelo seu lado, pensou a mesma coisa e mandou e-mail. ARRUMOU UMA DESCULPA ESFARRAPADA, de estar fechando aquele espaço (mas, os textos de outros articulistas continuam sendo postados...)
Ora, com nossa vivência, sabemos muito bem que não se trata de alguém capaz de ter um comportamento tão indigno por si próprio(a). Ficou mais do que evidente para nós dois que houve pressões neste sentido.
Mais do que a fraca pessoa em questão, irrita-me saber que ainda haja quem aproveita a fraqueza alheia para roubar espaços de quem só está contribuindo para enriquecer o debate teórico da esquerda.
Gente que não vale nada frente a frente, mas está sempre agindo covardamente nos bastidores.
Quanto ao post que o Tiago nos recomenda, é sobre o grande Gregório Bezerra. Vale a pena ler o texto e assistir aos três vídeos inclusos, sem dúvida.
Celso, gosto de ler seus artigos porque acho que você analisa com muita clareza uma enorme quantidade de fatos, com uma quantidade de informações implacável. Ainda que, por vezes, possa discordar em alguns pontos é impossível negar que todas as suas afirmações tem embasamento. É bom ter esse espaço nessa mídia alternativa que é o computador para poder ler jornalistas de qualidade e sem rabo preso.
abraço
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