quarta-feira, 23 de março de 2011

CURTO E GROSSO

As potências ocidentais estão certas ao impedirem que o ditador Muammar Gaddafi continue massacrando seu povo, e erradas ao não agirem da mesmíssima forma contra os ditadores do Iêmen e do Bahrein.

Os desnorteados de esquerda estavam certos quando combatiam os ditadores latino-americanos, mas estão errados ao não reconhecerem em Muammar Gaddafi e Mahmoud Ahmadinejad dois espécimes da mesmíssima fauna, merecedores do mesmíssimo tratamento.

Há uma diferença, porém.

As potências ocidentais não precisam ser coerentes e convincentes. Basta-lhes o poderio econômico avassalador.

A esquerda precisa ser coerente e convincente, se quiser encarnar de novo a esperança das gentes num mundo melhor.

Só assim vai representar uma alternativa de poder em termos globais, e não apenas em nações atrasadas e isoladas.

Os explorados de todos os países só voltarão a unir-se sob uma mesma bandeira se esta for mesmo uma bandeira, não um trapo manchado de sangue.

3 comentários:

Blog do Euler disse...

Não concordo com o ataque das superpotências contra qualquer país, seja governado por "democracias" ou ditaduras. Até porque os precedentes indicam que as intervenções dessas potências são apenas o caminho mais curto para garantir o total controle dos grupos econômicos destes países sobre as economias dos países atacados. Vide Iraque e outros.

Não estamos lidando com um bando de anjos preocupados em poupar a população civil contra um tirano. Se assim fosse eles teriam há muito bombardeado Israel, que diariamente massacra covarde e impunemente a população civil palestina.

Não há, portanto, qualquer autoridade moral por parte dessas potências imperialistas para atacar qualquer povo. Vão deixar destruição na Líbia, e talvez até fortaleçam o ditador Kadafi. Poderiam muito bem fazer um boicote econômico e os próprios povos do mundo expressariam sua solidariedade à luta do povo líbio, isolando o tirano até derrotá-lo.

Já os ataques militares estrangeiros por parte das potências imperialistas serão sempre mais um indicativo de que nenhum povo está seguro e livre dessas ações, quando, por quaisquer motivos, as potências julgarem conveniente atacar. Hoje é a Líbia, ontem foi o Iraque, amanhã será o Irã, ou quem sabe até o Brasil, quando for conveniente dominar a Amazônia ou o pré-sal.

celsolungaretti disse...

Euler,

noutro post eu já expliquei que os civis mal armados e sem nenhum treinamento estavam prestes a ser derrotados militarmente pelas tropas de Gaddafi.

O povo demorou 42 anos para se revoltar. Seria esmagado e duramente punido. Quanto tempo demoraria para recuperar a coragem? Como isto repercutiria sobre outros povos também submetidos a tiranias?

Não estamos falando de cenário ideal. Inexistia. Mas, o que prevaleceu foi o menos pior.

Em vez de recriminarmos a decisão da ONU, repito, temos mais é de exigir que o mesmo critério seja também adotado contra os tiranos que as potências ocidentais preferem poupar.

AF Sturt Silva disse...

Vc chama os rebeldes de povo.Aqueles manifestantes não passa de mercenários,grupos restante da monarguia que cansaram de Kadaf,agentes da cia e de outros serviços secretos e também boa parte de camadas pobres e trablhadoras que estão enganadas com o discurso de democracia e liberdade dos relbedades monarquicos pro imperialista.

Quem está defedendo a soberania do páis e a republica são os que a esquerda deve olhar com mais carinho e apoia-los.Por incrivel que pareça eles apoia o "ditador"...

É incrivel como o utopismo e o esquerdismo não ajuda em nada na pratica e só atrapalha a teoria.

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