segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RED BULL DIGNIFICOU SUA CONQUISTA, CRUZEIRO MAXIMIZOU SUA DERROTA

Barrichello cansou de ceder 
o 1º lugar a Schumacher,
sempre que ordenado.

O fim de semana esportivo deixa duas magníficas lições de esportividade.

A positiva: mesmo se recusando a fazer o jogo de equipe de que a Ferrari é useira e vezeira, a Red Bull viu seu piloto Sebastian Vettel sagrar-se campeão da Fórmula Um.

Vettel tinha pontuação (e, portanto, chances) bem menores do que seu companheiro Mark Webber, ao começar a penúltima prova.

Mesmo assim, quando ficou evidente que venceria em dobradinha, a Red Bull não ordenou que trocassem de posição. Deixou Vettel ganhar e Webber ser só 2º, contrariando a lógica do oportunismo imoral.

Resultado: o espanhol Fernando Alonso fecharia a temporada à frente de Webber com um 2º lugar na corrida derradeira, e de Vettel com um 4º lugar.

Aconteceu o improvável, Alonso foi 7º e a  zebra alemã  se consagrou, merecidamente.

O que terão pensado Barrichello e Massa? Espero que hajam refletido bastante sobre se, afinal, não poderiam ter vencido os campeonatos em que obedeceram as ordens de entregar vitórias aos companheiros de equipe.

Que esta dúvida os corroa até o fim da vida. Merecem, por sua pusilaminidade.

A negativa: porque um árbitro marcou um pênalti contra si no finalzinho da partida contra o Corinthians, jogadores e dirigentes cruzeirenses deram demonstração chocante de não saberem perder.

O banco de reservas inteiro aplaudiu ironicamente a decisão, o que levou à expulsão do técnico.

Um jogador resolveu ir para o vestiário por conta própria, no lugar do que deveria ser substituído.

O presidente disse cobras e lagartos no mesmo dia e agora anuncia que vai pedir à CBF a suspensão do árbitro por dois anos.

Tudo isto porque duas vezes o Cruzeiro reclamou de pênaltis inexistentes, e que por isto mesmo não foram assinalados.

E, no finalzinho da partida, um zagueiro cruzeirense abalroou desnecessariamente, pelas costas, o Ronaldo Fenômeno e o pênalti existente foi assinalado e convertido.

Alguns comentaristas avaliaram como rigorosa demais a decisão do árbitro, mas ninguém pode imputar-lhe incoerência: ele sempre considera faltosas as jogadas desse tipo e é tido e havido como um dos que mais apitam pênaltis.

Então, os defensores já deveriam estar avisados do risco que corriam.

Caldo entornado, o Cruzeiro faz tudo para criar a impressão de que é vítima de uma  mefistotélica conspiração para favorecer o Corinthians ou o eixo Rio-São Paulo (ou seja, o Fluminente também). Mesmo que isto implique desacreditar o futebol e, portanto, matar a galinha dos ovos de ouro.

Se exigem dos parlamentares alfabetização comprovada, por que não maturidade comprovada dos dirigentes esportivos?

Essas pirraças de crianças mimadas são simplesmente constrangedoras, um péssimo exemplo para todos que temos de conviver com nossas derrotas na vida e melhor faremos se não arrancarmos os cabelos e inventarmos bodes expiatórios para cada uma delas.

4 comentários:

Roberto SP disse...

Olha que o corintians é "ajudado" pela arbitragem desde 1910 é fato indesmentível.

Querer que as pessoas finjam, que isso não acontece ESCANCARADAMENTE é muita cara de pau dos gambás.

O "título" de 2005 em cima do Internacional com o Marcio Rezende de Freitas no apito é o exemplo mais escandaloso dos últimos anos.

Revistacidadesol disse...

Oi, Celso.

Gostaria de sua opinião sobre o tema patrulhas ideológicas, agora ressuscitado pela polêmica Jabor X Escorel.

Abs do Lúcio Jr.

celsolungaretti disse...

Meu caro Roberto,

se formos discutir tudo que aconteceu nos últimos 100 anos, não acabaremos nunca.

Quanto ao jogo de sábado, os três lances capitais estão disponíveis no Youtube para você conferir: os dois pênaltis que o Júlio César não cometeu e o que o Gil cometeu.

Quanto a este último, há uma foto d'O Estado de S. Paulo (disponibilizada também no blogue do Juca Kfouri) comprovando, sem sombra de dúvida, que o zagueiro cruzeirense se atirou estabanadamente sobre o Ronaldo.

Nunca poderia alcançar a bola, pois entre ele e ela estava o corpanzil do centroavante corinthiano.

Concedo que o Cruzeiro jogou um pouco melhor e que é dura de engolir uma derrota por causa de um pênalti bobo no apagar das luzes.

Mas, que foi pênalti, foi. Não há dúvida nenhuma.

E o ridículo presidente do Cruzeiro não tinha o direito de xingar de "safado" um árbitro que em nenhum momento mostrou intenção de prejudicar seu clube.

Abs.

celsolungaretti disse...

Lúcio,

cada caso é um caso.

Há patrulheiros ideológicos querendo afixar um rótulo de "racista" no Monteiro Lobato por causa de frases soltas, afirmações de uma personagem (a boneca Emília) que não é mostrada por ML como sábia. Pelo contrário, sábia é a Dona Benta, que sempre desaprova as malcriações contra a Tia Nastácia.

Há indíviduos em degringola ideológica que acusam seus críticos de patrulheiros ideológicos por não suportarem que sua nudez seja exposta.

Quando o Caetano Veloso levantou primeiramente tal acusação, estava querendo que seu status fosse reconhecido de forma automática pelos críticos de música.

Estes estavam comparando desfavoravelmente a obra de Caetano com a de novos expoentes da MPB. Ele lançou a polêmica para intimidar os críticos, torná-los cordeirinhos. Tipo "quem me ataca não passa de um comuna rancoroso, então não me ataque para não não ficarem pensando que você é comuna rancoroso..."

E por aí vai.

Quanto ao Jabor, nunca foi comentarista político, mas sim cineasta, dos bons.

Andou dizendo muita bobagem na telinha e reagiu às críticas da pior maneira possível, tornando-se um inimigo hidrófobo do lulismo.

Concluo que ele era esquerdista quando valia a pena e deixou de ser quando não valia mais a pena. Nunca teve convicções revolucionárias pra valer.

Se não, saberia que, mesmo nos piores momentos do lulismo, nosso verdadeiro inimigo continua sendo o capitalismo.

Abs.

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