...quem tem um olho é quase sempre ignorado.
Então, como até as pedras sabiam que aconteceria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recuar diante da pressão da Igreja Católica e das dondocas fanáticas na questão do aborto.
Deveriam colocar uma placa no balcão do Boteco Planalto: descriminalização do aborto, só amanhã.
A pendenga se arrasta há décadas e, no Brasil real, ninguém dá a mínima: mulher que quer abortar, acaba abortando.
As ricaças, com toda a segurança.
As pobres, com sua sofrida desesperança.
Não conheço quem tenha cumprido pena por abortar. É o tipo do caso em que, havendo condenação, o juiz a converte em besteirinha inócua (prestação de serviços à comunidade).
O que se consegue, mesmo, é intimidar os médicos ciosos de suas carreiras, o que deixa as gestantes pobres nas mãos dos piores profissionais e das fazedoras de anjos.
Então, mandaria o bom senso que se deixasse de perder tempo tentando controlar o que é impossível controlar.
Mas, nas questões morais a Igreja faz questão de permanecer medieval -- menos quanto à prática da usura, que tanto vituperava outrora, mas riscou de suas preocupações. Os bancos agradecem... com seus donativos.
Até o Pai Nosso foi descaracterizado, pois o que eu aprendi no catecismo dizia "Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores".
Quanto às damas da sociedade que cultivam a monomania de lutar contra o aborto, são do mesmo tipo das que desabaram furibundas sobre mim quando escrevi sobre uma coitadeza que morreu de tanto o hospital tentar impingir-lhe o parto normal.
O erro não está nas teses, mas na obsessão arrogante de imporem suas vontades à coletividade.
A criação da vida é o que mais aproxima os seres humanos de Deus. Sentimentalmente, até considero que raspar a pequena bolha seja mesmo algo dantesco.
Quanto ao parto normal, é, indiscutivelmente, mais saudável para a mulher (embora haja acirradas discussões sobre os efeitos do trauma do nascimento sobre a criança).
Nos dois casos, meu total apoio a que se façam campanhas de convencimento das mulheres.
Mas, forçarem a barra, não! A ditadura, felizmente, já foi para a lixeira da História. Aos(às) totalitários(as), só resta esforçarem-se para aprender a convivência com a liberdade.
Se a família decide que não tem meios para criar mais um rebento, é a lógica capitalista que inspira sua decisão. Se se quer criminalizar alguém, que seja ao sistema perverso que coloca a vida humana na dependência do vil metal.
Mas, que não se imponha à mulher pobre, ademais, o risco de morrer em aborto precário.
E que nenhum hospital, ao atender as pacientes do SUS, exerça pressão indevida para tangê-las ao parto normal. Que escolham livremente, como as que têm planos de saúde.
Até porque ficará sempre a impressão de que se está querendo tangê-las para a opção menos onerosa para os cofres públicos.
Então, como até as pedras sabiam que aconteceria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recuar diante da pressão da Igreja Católica e das dondocas fanáticas na questão do aborto.
Deveriam colocar uma placa no balcão do Boteco Planalto: descriminalização do aborto, só amanhã.
A pendenga se arrasta há décadas e, no Brasil real, ninguém dá a mínima: mulher que quer abortar, acaba abortando.
As ricaças, com toda a segurança.
As pobres, com sua sofrida desesperança.
Não conheço quem tenha cumprido pena por abortar. É o tipo do caso em que, havendo condenação, o juiz a converte em besteirinha inócua (prestação de serviços à comunidade).
O que se consegue, mesmo, é intimidar os médicos ciosos de suas carreiras, o que deixa as gestantes pobres nas mãos dos piores profissionais e das fazedoras de anjos.
Então, mandaria o bom senso que se deixasse de perder tempo tentando controlar o que é impossível controlar.
Mas, nas questões morais a Igreja faz questão de permanecer medieval -- menos quanto à prática da usura, que tanto vituperava outrora, mas riscou de suas preocupações. Os bancos agradecem... com seus donativos.
Até o Pai Nosso foi descaracterizado, pois o que eu aprendi no catecismo dizia "Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores".
Quanto às damas da sociedade que cultivam a monomania de lutar contra o aborto, são do mesmo tipo das que desabaram furibundas sobre mim quando escrevi sobre uma coitadeza que morreu de tanto o hospital tentar impingir-lhe o parto normal.
O erro não está nas teses, mas na obsessão arrogante de imporem suas vontades à coletividade.
A criação da vida é o que mais aproxima os seres humanos de Deus. Sentimentalmente, até considero que raspar a pequena bolha seja mesmo algo dantesco.
Quanto ao parto normal, é, indiscutivelmente, mais saudável para a mulher (embora haja acirradas discussões sobre os efeitos do trauma do nascimento sobre a criança).
Nos dois casos, meu total apoio a que se façam campanhas de convencimento das mulheres.
Mas, forçarem a barra, não! A ditadura, felizmente, já foi para a lixeira da História. Aos(às) totalitários(as), só resta esforçarem-se para aprender a convivência com a liberdade.
Se a família decide que não tem meios para criar mais um rebento, é a lógica capitalista que inspira sua decisão. Se se quer criminalizar alguém, que seja ao sistema perverso que coloca a vida humana na dependência do vil metal.
Mas, que não se imponha à mulher pobre, ademais, o risco de morrer em aborto precário.
E que nenhum hospital, ao atender as pacientes do SUS, exerça pressão indevida para tangê-las ao parto normal. Que escolham livremente, como as que têm planos de saúde.
Até porque ficará sempre a impressão de que se está querendo tangê-las para a opção menos onerosa para os cofres públicos.
2 comentários:
Eu passei por uma cituação parecida, a menstruação da minha mulher atrazou uns dias e nós ficamos desesperados pois não temos estrutura financeira para ter filhos por sorte nós estavamos enganados e ela menstruou na outra semana. ja tinhamos comprado o remédio abortivo, tinhamos medo pois diziam que era estremamente dolorido e que havia risco de morte.
Se o aborto fosse legalizado, certamente não haveria tantas criaçãs em abrigos e ou mendigando por ai...
Não é verdade, não houve recuo algum. Leia o decreto oficial assinado hoje, 13/01/2010.
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