segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DICA DE FILME PARA O LULA

Um filme que anda pipocando nos canais HBO seria muito instrutivo para nosso presidente.

Trata-se de Bastidores da Guerra (Path To War, 2002), uma surpreendente produção para TV, dirigida pelo veterano John Frankenheimer.

Mostra como Lyndon Johnson, após completar o mandato de John Kennedy (de quem era vice), iniciou seu mandato presidencial próprio decidido a implantar um sem-número de programas sociais, para proporcionar moradia, educação, serviços de saúde e oportunidades para os pobres dos EUA.

No entanto, iludido pelas avaliações militares, vai enterrando-se cada vez mais no Vietnã: na esperança de dar um fim à guerra e suas despesas, intensifica os bombardeios e coloca meio milhão de estadunidenses naquele inferno sem saída (título de outro bom filme sobre o conflito).

Resultado: deixa pela metade seu pacote social (a Grande Sociedade) e assiste impotente à degringola militar e política da intervenção no Sudeste Asiático.

De um lado, a Ofensiva do Tet, em janeiro de 1968, comprova que o ânimo e a capacidade de luta dos vietcongs não foram nem um pouco afetados pelas táticas genocidas e toneladas de bombas lançadas sobre alvos militares e civis. Cada vez mais, evidencia-se que a vitória pelas armas é impossível.

De outro, o repúdio à guerra nos próprios EUA assume proporções tão amplas que Johnson, consciente de haver dividido o país, acaba entregando os pontos e desistindo de tentar a reeleição.

Mesmo assim, o Partido Democrata é punido pelo eleitorado, que transfere o poder aos republicanos (assim como o atoleiro em que Bush meteu os EUA, no Afeganistão e no Iraque, fez seu candidato levar uma surra homérica).

Richard Nixon, falcão-mor nos tempos do macartismo, paradoxalmente foi quem acabou tirando os EUA do Vietnã.

O artífice da desgraça de Johnson foi seu secretário da Defesa Robert McNamara, que acreditou piamente na visão dos militares e convenceu o governo a seguir as linhas de ação por eles propostas, com resultados desastrosos.

Da mesma forma, o Nelson Jobim tem sido muito eficaz em tanger o Lula para as posições da direita militar, ao preço de destruir a biografia do presidente e torná-lo execrável para os idealistas.

Johnson percebeu tardiamente quão nefasto era McNamara e o removeu da Defesa.

Para o Lula, a ficha ainda não caiu.

Um comentário:

Anônimo disse...

A bigrafia do apedeuta já está destruída e e sua figura de déspota já nos é execrável! Sua fábula de governar o país colocando um fim nas mazelas e desequilíbrios sociais não durou nem um ano de seu 1º mandato!

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