Eduardo Rodrigues Vianna
do homem e filho do mundo, com a cara do espírito santo
pintada nas muralhas, alguém lutava contra toda a opressão,
com a espada, e a mais miserável das mulheres erguia
o cadáver de um filho morto, fosse pela fome dos hebreus
ou por uma ordem do rei dos hebreus, porque há tempo
para nascer e para morrer, tempo para amar e tempo
para odiar, e não há nada novo debaixo do sol.
de libertar o povo e refazer o mundo, e quando pregaram
nele a cruz, porque a cruz foi pregada nele, a terra partiu-se,
sem que houvesse partilha, e dizem que as lágrimas de Deus
cobriram o Oriente Médio, para selar o pacto da liberdade
e da justiça, embora as lágrimas nunca deixassem de banhar
o Oriente Médio, sem liberdade e sem justiça.
a amizade do filho do homem, que está em nós
ainda quando a ignoremos, e que nos procura
ainda quando não a queiramos, porque nos acostumamos,
até mesmo nós, a achar que o homem vale o que traz nos bolsos,
e que a violência pode ser bonita, e que a tirania pode
ser boa, se os tiranos disserem aquilo que nós desejamos ouvir.
E você, Evaristo. Eu me lembro de você, naquele dia
em que a ditadura pisoteava e chutava o Brasil, e vinha de
todo o país o ar corajoso das lutas nacionais. A ditadura queria
um pretexto para pisar o Brasil e chutá-lo ainda mais,
e você conduzia a prece pelo assassinato de um judeu,
e toda a nossa gente gritou, em silêncio, e todos proferiram
um discurso, em silêncio.
do ser humano desprezível, desprezado, odioso, odiado, louco,
enlouquecido, violento, violentado. Você, Evaristo, irmão
do filho do homem. Você, irmão do homem.
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