Classifiquei de "desastrosa" uma entrevista concedida na semana passada pelo novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, a quem tratei como "desconhecido" (vide aqui).
Desastrosa foi, sem dúvida; anunciar que puniria qualquer vazamento de informações por parte da Polícia Federal trocando a equipe inteira, mesmo sem ter prova da culpa de cada um dos seus integrantes, simplesmente mostrou sua incompatibilidade com o cargo, com a Constituição e com a democracia. Se pertencesse a um governo de verdade, teria sido exonerado no ato.
Errei, contudo, quanto a ele ser desconhecido. A PF o conhece muito bem, como se depreende deste relato do repórter Leandro Colon, duas vezes agraciado com o Prêmio Esso de Jornalismo:
"São antigas as diferenças dele com setores da PF.
Na época da investigação do mensalão, delegados acusaram o hoje ministro do governo Dilma de ter agido para barrar a transferência de documentos dos EUA para o Brasil.
Segundo relatório da polícia daquele período, Aragão teria atuado, como subprocurador da República, para travar a remessa de papéis descobertos pelas autoridades americanas, sobretudo em relação a Duda Mendonça, marqueteiro da campanha do ex-presidente Lula em 2002.
Setores da PF apontaram uma suposta parceria dele com Wanine Santana Lima, então coordenadora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, órgão do Ministério da Justiça.
'O subprocurador-geral da República, Eugênio Aragão, atuou em conjunto com Wanine Lima para influenciar as autoridades dos EUA a não repassar a documentação à PF', disse relatório policial (...) de novembro de 2005".
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