quarta-feira, 16 de março de 2016

LULA SUPERMINISTRO. VAI DAR CERTO?

posse de Luiz Inácio Lula da Silva como superministro significa, em termos práticos, que Dilma Rousseff desistiu de ser presidente de fato e tentará manter-se como presidente figurativa, cumprindo funções cerimoniais até o final do seu mandato.

Mas, nem isto está garantido. O Plano Lula, sua derradeira cartada, só se viabilizará se o PMDB recuar da decisão de abandonar o barco que está afundando. Ocorre que há muito dirigente peemedebista sob risco de ir pro xilindró e preferindo que Dilma caia logo para, talvez, as investigações sobre o petrolão passarem a segundo plano e os tradicionais jeitinhos voltarem a ser dados.

Caso seja superado tal obstáculo, haverá outro: é possível tirar o Brasil da recessão apenas queimando as reservas cambiais e contando com uma mudança no ânimo dos empresários? Em curto e médio prazos, trata-se de uma incógnita.

No longo prazo, a única chance de não dar errado é o Brasil passar a receber injeções vultosas de recursos, cuja(s) fonte(s) ainda não se vislumbra(m) no horizonte. É aposta característica de viciados em jogos de azar, não de formuladores de política econômica.

Daí Lula ter hesitado tanto antes de aceitar uma investidura que o fará ser apontado pelos inimigos como um criminoso que se acoitou no ministério para escapar da Justiça e como um homem indigno a ponto de salvar-se sozinho enquanto esposa e filhos corriam risco de prisão. Que chances eleitorais ele terá doravante, com tais acusações lhe sendo atiradas na cara o tempo todo?

Há, portanto, grande chance de estar arcando com um custo muito alto em troca de benefício nenhum (caso o PMDB não vá na sua onda e o impeachment aconteça do mesmo jeito).

Suspeito de que ele tenha feito um péssimo negócio, mas só o saberemos adiante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto de conversar com você. O melhor de tudo é que nunca concordaremos, mas debater é interessante.

"Ocorre que há muito dirigente peemedebista sob risco de ir pro xilindró e preferindo que Dilma caia logo para, talvez, as investigações sobre o petrolão passarem a segundo plano e os tradicionais jeitinhos voltarem a ser dados."

Então, talvez, a lava a jato é um operação judicial-midiática com objetivo definido?

"Caso seja superado tal obstáculo, haverá outro: é possível tirar o Brasil da recessão apenas queimando as reservas cambiais e contando com uma mudança no ânimo dos empresários? Em curto e médio prazos, trata-se de uma incógnita."

Sem a crise política a recessão não teria se transformado em depressão, os indicadores econômicos ao final de 2014 não sinalizavam uma queda de 4% no PIB, em 2015, e outro tanto neste ano. Se mantido o ânimo existente há um ano e meio estaríamos neste período oscilando em -1% e 0,5%, na pior das hipóteses. Uma mudança de perspectiva por si só abortará o triplo mortal carpado previsto para a economia em 2016. Dá para iniciar 2017 em equilíbrio. Desde que os sabotadores políticos sejam contidos na sanha do quanto pior melhor.

"No longo prazo, a única chance de não dar errado é o Brasil passar a receber injeções vultosas de recursos, cuja(s) fonte(s) ainda não se vislumbra(m) no horizonte. É aposta característica de viciados em jogos de azar, não de formuladores de política econômica."

Não sei de onde vem a injeção vultuosa de recurso, basta que a entrada de capital externo cubra o deficit existente nas transações internacionais. Mantido o Real com a cotação atual, extremamente benéfica, a tendência é a redução ainda maior da necessidade de transfusão monetária.

"Daí Lula ter hesitado tanto antes de aceitar uma investidura que o fará ser apontado pelos inimigos como um criminoso que se acoitou no ministério para escapar da Justiça e como um homem indigno a ponto de salvar-se sozinho enquanto esposa e filhos corriam risco de prisão."

O Lula sempre foi um sobrevivente, uma das características deles é cagar e andar para o que falam os outros. Os inimigos podem dizer o que quiserem, enquanto os cães ladram a caravana passa. O risco de prisão para a esposa e o filho podem se voltar contra o coercitivo e abusivo juiz paranaense, o fascio e acontescio.

"Que chances eleitorais ele terá doravante, com tais acusações lhe sendo atiradas na cara o tempo todo?" Maiores que as existentes até ontem, o script da primeira instância era antes de tudo impedi-lo de se candidato em 2018. Uma condenação rápida em primeira instância e acatada a jato pelo TRF com certeza ocorreria até a metade de 2017, ficando a culpa ou inocência a ser decidida pelo STF. Esquece que pelo conjunto da obra até o momento o Moro se mostra um justiceiro... prisão provisória definitiva caso não ocorra a autoincriminação com delação de terceiros, sem necessidade de provas materiais para ser homologada. Moda que já chegou ao acuado STF.

"(caso o PMDB não vá na sua onda e o impeachment aconteça do mesmo jeito)"

Qual PMDB?

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