Seriam enternecedores os afagos trocados entre Dilma Rousseff e Kátia Abreu se não houvesse o pequeno inconveniente de a primeira ser ex-guerrilheira e a segunda, a mais conspícua representante do agronegócio selvagem que superexplora os trabalhadores rurais e destrói nosso patrimônio natural ao sabor da ganância desmedida.
A coisa envolve até troca-troca: Dilma apareceu no horário eleitoral da ruralista recomendando-a aos eleitores (!!!) e Kátia levou 46 poderosos chefões do agronegócio para jantarem com a presidenta.
Agora, foi a vez de Kátia ir rasgar seda para Dilma no horário do PT.
O comentário de Mário Magalhães, o melhor biógrafo do Marighella, acertou na mosca. Depois de lembrar que há pouco tempo a propaganda do PT apontava Marina como indigna do legado de Chico Mendes, ele mandou ver:
"A surpresa da noite foi a aparição da senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB-TO) no programa de Dilma.
Com o tradicional acento combativo, a senadora disse: 'Ela tem força de trabalho, força interior, e quer um Brasil cada vez melhor'.
Para quem não sabe, Kátia Abreu é líder da bancada ruralista, presidiu a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, transformou-se na porta-voz mais tonitruante do latifúndio, virou musa da direita mais empedernida.
Falar mal de Marina é fácil. Evocar Chico Mendes e atacar de Kátia Abreu na TV constitui farisaísmo.
A propósito, ao ver o programa de ontem, o que diria Chico Mendes?"
Irrespondível.
Terá sido pilhéria? Dilma disse que o voto em
Kátia Abreu promoveria... a inclusão social!!!
Um comentário:
E o zé ruela do Boff dizendo por aí que a Marina Silva é que mudou de lado, e que o voto em Dilma é um voto pela transformação da sociedade! E nêgo acredita!
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