Por cortesia do inestimável pesquisador Ismar C. de Souza, que se dá ao trabalho de revirar um acervo cuja definição mais apropriada seria a de lixeira digitalizada, apresento-lhes o trecho final do editorial da Folha de S. Paulo do dia 14 de março de 1964, intitulado Para quê? (a íntegra pode ser acessada aqui).
Nele, o jornal fez alarmismo histérico a respeito do célebre Comício da Central do Brasil, que ocorrera na véspera, terminando por conclamar os militares a virarem a mesa. Dá vontade de vomitar! Vejam:
"O comício de ontem, se não foi um comício de pré-ditadura, terá sido o comício de lançamento de um espúrio movimento de reeleição do próprio sr. João Goulart. Resta saber se as forças armadas, peça fundamental para qualquer mudança deste tipo, preferirão ficar com o sr. João Goulart, traindo a Constituição e a pátria, ou permanecer fiéis àquilo que devem defender, isto é, a Constituição, a pátria e as instituições. Por sua tradição, elas não haverão de permitir essa burla".
Burla mesmo é o slogan um jornal a serviço do Brasil.
De qual Brasil, cara-pálida? O dos canalhas que insuflavam o golpismo e foram responsáveis morais por 21 anos de arbítrio e atrocidades?
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