sábado, 5 de maio de 2012

IRÃ CONTINUA NAS TREVAS

A notícia é da Agência France Press e nos dá conta de que o Irã continua tacanhamente comprometendo sua imagem com práticas características de um estado teocrático --ou seja, de um anacronismo sem lugar no século 21:
"O advogado iraniano Mohammad Ali Dadjah, com uma longa trajetória na defesa dos direitos humanos, foi condenado a nove anos de prisão por atentar 'contra a segurança nacional', informou o réu à AFP.

'São nove anos de prisão, 10 anos de proibição de exercer a advocacia e de ensinar na universidade e uma pena de chicotadas transformada em uma multa de 25 milhões de rials (1.500 dólares) por atentar contra a segurança nacional e pertencer ao círculo dos defensores dos direitos humanos', disse Dadjah à AFP.

Muitos advogados que pertencem a esta associação fundada pela Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi foram condenados a importantes penas de prisão nos últimos anos, acusados de 'atentar contra a segurança nacional' e fazer 'propaganda contra o regime islâmico'.
A Anistia Internacional pediu às autoridades que anulem imediatamente a sentença.
'O único crime de Dadjah é ter defendido os direitos dos demais. Jamais deveria ter sido julgado', afirma um comunicado da organização.

Dadjah (...) defende sobretudo o histórico líder da oposição liberal Ebrahim Yazdi, de 80 anos e condenado a oito anos de prisão em 2011, e o pastor Yussef Nadarjani, que pode ser condenado por apostasia..."
A comprovação de que seu programa nuclear não tem fins militares colocou o Irã como grande injustiçado e merecedor de todas as simpatias. Mas, com suas sucessivas e sempre grotescas violações dos direitos humanos, dilapida tal capital político e dá novos motivos para os civilizados o encararem como um país atrasado e brutal.

Assim como não aceitávamos tais abusos quando praticados pelas ditaduras militares do século passado, continuamos não os aceitando quando praticados pelos aiatolás ensandecidos --que podem até ser inimigos dos EUA e de Israel, mas são também inimigos viscerais da liberdade, bandeira histórica dos verdadeiros revolucionários, da qual jamais abrimos mão em circunstâncias nenhumas, sob pretexto nenhum!

A leitura deste absurdo me fez lembrar o protesto altaneiro de Violeta Parra, ao receber  la carta  que relatava episódio em tudo e por tudo semelhante:
"Me mandaron una carta
por el correo temprano,
en esa carta me dicen
que cayó preso mi hermano,
y sin compasión, con grillos,
por la calle lo arrastraron.
Sí…

La carta dice el motivo
que ha cometido Roberto:
haber apoyado el paro
que ya se había resuelto.
Si acaso esto es un motivo
presa voy también, sargento.
Sí…

Yo que me encuentro tan lejos
esperando una noticia,
me viene a decir la carta
que en mi patria no hay justicia..."
Assino embaixo: se por acaso este é um motivo, preso vou também eu!

Um comentário:

Havvah disse...

La carta dice el motivo
que ha cometido Roberto:
haber apoyado el paro
que ya se había resuelto.
Si acaso esto es un motivo
presa voy también, sargento.
Sí…



SIM!

Related Posts with Thumbnails