A viúva do major Joaquim Cerveira, assassinado durante a Operação Condor, teve sua pensão arbitrariamente suspensa ou cancelada pelo Exército.
É uma anciã (77 anos) e está tão abalada que fala em deixar para sempre o Brasil, asilando-se na Europa.
A filha, Neusa Cerveira, já denunciou o caso publicamente. Foi muito divulgado na internet... e nada aconteceu.
Cheguei a apontar-lhe alguns caminhos. Pessoas influentes fizeram gestões, mas o ministro da Defesa Nelson Jobim lhes garantiu que o problema já estaria solucionado. Não está.
Tenho especial carinho por essa família, até porque o major Cerveira foi meu companheiro de cela no DOI-Codi/RJ, em maio/1970.
Lembro-me dele como o quarentão já grisalho que procurava sempre manter nosso ânimo elevado, fazendo-nos esquecer a terrível situação pela qual passávamos. Inclusive, cantando as músicas que ele próprio compusera.
Poucos resistentes me pareceram, como ele, ser exemplos vivos do que Che Guevara recomendara: "há que endurecer-se sem perder a ternura jamais!".
Uma mensagem pessoal da Neusa me causou grande preocupação. Tomo a liberdade de reproduzir alguns trechos, para que fique bem claro que estamos diante de um alerta vermelho:
"A situação é bem grave, já vamos para o terceiro mês... Mamãe foi obrigada a vender sua casa às pressas por um terço do valor... Vc não tem idéia do que está nos acontecendo em nível de perseguição... é surreal, difícil de acreditar... não sei mais o que fazer".
Como ativista que segue até hoje empunhando as bandeiras do pai, Neusa costuma escrever seus textos para divulgação ampla em estilo inflamado. E tem motivos de sobra para ser contundente.
Mas, é importante que todos compreendam: não estão em jogo, desta vez, suas posições políticas.
É em nome dos sentimentos humanitários e do espírito de justiça que conclamo os cidadãos decentes a esforçarem-se para que seja imediatamente restabelecido o direito da Viúva Cerveira.
E é em nome do dever da solidariedade que conclamo os companheiros de ideais a fazerem muito mais do que fizeram até agora.
Vale lembrar Brecht:
É uma anciã (77 anos) e está tão abalada que fala em deixar para sempre o Brasil, asilando-se na Europa.
A filha, Neusa Cerveira, já denunciou o caso publicamente. Foi muito divulgado na internet... e nada aconteceu.
Cheguei a apontar-lhe alguns caminhos. Pessoas influentes fizeram gestões, mas o ministro da Defesa Nelson Jobim lhes garantiu que o problema já estaria solucionado. Não está.
Tenho especial carinho por essa família, até porque o major Cerveira foi meu companheiro de cela no DOI-Codi/RJ, em maio/1970.
Lembro-me dele como o quarentão já grisalho que procurava sempre manter nosso ânimo elevado, fazendo-nos esquecer a terrível situação pela qual passávamos. Inclusive, cantando as músicas que ele próprio compusera.
Poucos resistentes me pareceram, como ele, ser exemplos vivos do que Che Guevara recomendara: "há que endurecer-se sem perder a ternura jamais!".
Uma mensagem pessoal da Neusa me causou grande preocupação. Tomo a liberdade de reproduzir alguns trechos, para que fique bem claro que estamos diante de um alerta vermelho:
"A situação é bem grave, já vamos para o terceiro mês... Mamãe foi obrigada a vender sua casa às pressas por um terço do valor... Vc não tem idéia do que está nos acontecendo em nível de perseguição... é surreal, difícil de acreditar... não sei mais o que fazer".
Como ativista que segue até hoje empunhando as bandeiras do pai, Neusa costuma escrever seus textos para divulgação ampla em estilo inflamado. E tem motivos de sobra para ser contundente.
Mas, é importante que todos compreendam: não estão em jogo, desta vez, suas posições políticas.
É em nome dos sentimentos humanitários e do espírito de justiça que conclamo os cidadãos decentes a esforçarem-se para que seja imediatamente restabelecido o direito da Viúva Cerveira.
E é em nome do dever da solidariedade que conclamo os companheiros de ideais a fazerem muito mais do que fizeram até agora.
Vale lembrar Brecht:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário