Cada país tem um tipo específico de epidemia. O Brasil, por exemplo, vive há décadas uma epidemia de bala perdida, que sempre teimam em achar as mesmas cabeças, de gente negra e pobre. Já na Rússia, a epidemia vinha sendo de quedas da janela, sempre atingindo indivíduos de um grupo específico, coincidentemente de oposição a Putin.
No entanto, parece ter surgido uma nova forma de epidemia pelas terras de Tolstói: a morte por queda de aviões, que curiosamente fez sua primeira vítima o líder do grupo paramilitar Wagner, responsável por uma recente insurreição militar no país. De acordo com o The New York Times, os EUA desconfiam ter sido uma bomba o agente patógeno dessa doença. A coincidência é maior ainda pois, de fato, todo o alto comando do grupo estava no avião, deixando a milícia praticamente acéfala.
É o começo da epidemia de queda de aviões na Rússia. |
Yevgeny Prigozhin não aceitava ter sua milícia privada submetida ao exército regular russo, medida desejada por Putin para evitar os males já apontados por Maquiavel sobre o uso de forças mercenárias, pois essas acabam por se tornar um exército paralelo, com seu líder próprio, ameaçando o domínio do governante legítimo. Com um negócio milionário em mãos, Yevgeny viu ameaçada sua fonte de riqueza e se insurgiu contra Moscou muito mais por pela proteção de seu patrimônio que por política. Seria facilmente derrotado, mas, para evitar o banho de sangue, preferiu entrar em um acordo com o governo, acreditando estar imune. Não estava.
Putin agora poderá manter uno seu poder e colocar sob seu comando o poderoso grupo paramilitar. Também envia forte sinal para o mundo de quão enganosas eram as avaliações propagandísticas de seu enfraquecimento e futura queda. Que ninguém mais ouse agir contra ele ou poderá ser contaminado pelo patógeno da epidemia da queda de aviões. (por David Emanuel Coelho)
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