domingo, 31 de março de 2019

A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL TEM UM MÁRTIR: PAULO STUART WRIGHT.

Paulo Wright foi assassinado pelo DOI-Codi...
encontro com a ditadura – 18
Um lembrete aos pastores evangélicos e presbiterianos nesta deplorável efeméride.

Muitos de vocês, provavelmente por serem mais jovens e não conhecerem a história da igreja no Brasil, vão agradecer a Deus pelo golpe de 1964.

Será triste! Primeiramente, porque a Igreja não deveria ter-se metido nesse tipo de questões. 

Mas, principalmente, porque denominações protestantes foram alvo de devassas por parte da repressão da ditadura. 

Em algumas delas, como a presbiteriana (durante a direção do pastor Boanerges Ribeiro, presidente do Supremo Concílio), houve mesmo um processo de denúncias e caças a pastores e membros considerados de esquerda.

A Igreja Presbiteriana do Brasil tem mesmo um mártir, o irmão do pastor James Wright, co-autor com d. Paulo Evaristo Arns do livro-documento Brasil: Nunca Mais.

É Paulo Wright, filho de missionários presbiterianos no Brasil, morto sob tortura no Doi-Codi.
...e seu irmão James depois participaria da célebre missa de três confissões para Vladimir Herzog

Talvez fosse melhor, em lugar de comemorar os assassinatos cometidos pela ditadura, lembrar o sacrifício de tantos evangélicos mortos, torturados, exilados e pastores demitidos durante o período da ditadura.

O Deus, o Cristo que aprendi na escola dominical e na Igreja Presbiteriana (fui, inclusive, presidente da União da Mocidade Presbiteriana de Santos), não aprovaria jamais a inquisição instaurada na Igreja Presbiteriana durante os anos sombrios da ditadura.

Em lugar de comemorar, seria melhor pedir perdão a Deus por ter a igreja aprovado na época o processo de prisões, caça e assassinatos de crentes.

O Deus e Cristo que aprendi na Escola Dominical era um Deus de amor e de justiça. 

O tempo pode passar mas as memórias das vítimas clamarão sempre por justiça. (por Rui Martins)

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