Vandré e Lau Siqueira preparando o espetáculo |
Uma ótima notícia me dá o abnegado Alquimedes Daera, que mantém viva a chama do Clube do Jazz Paraibano: Geraldo Vandré ultima os preparativos para voltar a apresentar-se ao vivo no Brasil, com o concerto Poema Sinfônico. Está sendo apoiado pela Secretaria de Cultura da Paraíba, cujo titular é o escritor e poeta Lau Siqueira.
Torço para que a iniciativa tenha êxito. O pique do Vandré para criações mais ambiciosas ficou demonstrado quando ele compôs a missa Paixão segundo Cristino, que os leitores podem escutar na janelinha abaixo.
Eis o texto de apresentação do álbum respectivo, redigido por Carlos Frederico Marés de Souza Filho, então presidente da Federação Cultura de Curitiba:
Eis o texto de apresentação do álbum respectivo, redigido por Carlos Frederico Marés de Souza Filho, então presidente da Federação Cultura de Curitiba:
"A Paixão segundo Cristino foi escrita por Geraldo Vandré, em 1968, para a celebração da Semana Santa na Igreja de São Domingos das Perdizes, em São Paulo.
Com o assessoramento teológico dos frades dominicanos, Vandré escreveu uma das mais belas páginas litúrgicas populares sobre a paixão e a morte de Jesus Cristo.
Durante anos ela foi apresentada na igreja dos dominicanos como memória e celebração de tantos que, a partir de 1968, viveram na sua própria carne a perseguição, calúnia, exílio, agonia, paixão e morte. Suas vidas foram celebradas e suas esperanças renovadas a cada ano nas vidas e esperanças de seus irmãos.
Essa paixão é um tributo à resistência de tantos que nas suas vidas e caminhos recriaram a vida e os caminhos de todos os homens que lutaram pela justiça e liberdade. A Fundação Cultural de Curitiba, ao recriar esta obra, celebra todos os homens e mulheres que deram as suas vidas para que surja um mundo novo pleno de justiça e fraternidade".
Tive dois longos papos com o Vandré, em 1968 (quando ele estava finalizando a Caminhando) e em 1980 (quando tal canção, depois de passar mais de 10 anos proibida, voltava a fazer sucesso, na voz de Simone).
Talvez o terceiro aconteça agora que ele voltará a apresentar-se no Brasil, após quase meio século de afastamento — inicialmente imposto, depois voluntário, porque ele continuava assombrando por seus fantasmas e dúvidas.
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