Quando surgiram as primeiras notícias sobre cidadãos paulistas pondo-se a patrulhar o (suposto ou real) desperdício de água por parte de seus vizinhos, a minha indignação foi a mesma do velho companheiro de batente na Agência Estado, o Apollo Natali, no artigo que acabo de publicar. E também reagi com um post contundente, no último dia 19 de outubro. Eis o trecho principal:
"Assim é o brasileiro: um inspetor de quarteirão em potencial, doidinho para ter uma chance de exercer sua otoridade sobre os iguais.
Nunca lhe ocorre que tais paliativos podem, no máximo, atenuar um tiquinho o problema.
Nunca lhe ocorre que tais paliativos podem, no máximo, atenuar um tiquinho o problema.
Como São Paulo não é nenhum território independente, cabe ao Brasil encontrar uma solução real, obviamente desviando água de Estados dela menos carentes para socorrer os paulistas.
Mas, a terrível obtusidade e pequenez dos governantes faz com que o elástico seja esticado ao máximo, com risco de arrebentar na cara das criancinhas, dos idosos e dos inválidos. A racionalidade só virá depois da eleição. Até lá, os brasileiros de São Paulo estarão sendo tratados como reféns, pois seu desespero serve aos objetivos da mais ignóbil politicalha.
Os patrulhadores de vizinhos nunca direcionam seu olhar para o alto. Sempre vão preferir aporrinhar e fustigar outros coitadezas, pois assim sentem-se menos coitadezas.
E, tão valentes quando se trata de baterem boca ou partirem para arranca-rabos com idênticos zé-manés, borram-se de paúra ante a perspectiva de confrontarem os poderosos e os governantes, sempre os maiores culpados pelos infortúnios que se abatem sobre estes tristes trópicos".
Nenhum comentário:
Postar um comentário