O maior tenista de todos os tempos comemorou 33 anos na quadra, derrotando David Ferrer nas quartas de final do Masters 1000 de Toronto, com direito a parabéns a você cantado pelo público num dos intervalos do 2º set.
Roger Federer é um fenômeno. Dominou avassaladoramente a sua geração de tenistas, continuou competitivo quando teve de enfrentar a seguinte (de Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray) e não dá mostras de que desistirá quando uma nova bate às portas (a de Milos Raonic, Grigor Dimitrov e Kei Nishikori). Os filhos não o fizeram pendurar a raquete, agora é a vez dos netos tentarem...
Aparentemente, pretende manter-se em atividade pelo menos até 2016, quando almeja alcançar uma última grande meta: o ouro olímpico. Prata ele já foi, em 2012.
Alguém ainda se lembra dele assim? |
Devorador de recordes, nenhum tenista atual leva jeito de poder igualar as 302 semanas que ele encabeçou o ranking da ATP. Quanto ao outro referencial mais importante, os 17 torneios de Grand Slam conquistados, o único que o ameaça é Nadal, com 14. Daí, dizem, seu empenho em faturar mais algum, para se garantir.
O carinho dos aficionados se deve a vários fatores: é sempre cavalheiresco e bom esportista, inclusive evitando comemorações ostensivas nos pontos mais importantes, para não humilhar os adversários; possui um repertório invejável, de altíssima técnica, quase sempre fazendo algumas jogadas primorosas ao longo de cada partida; e, mesmo tendo chegado muito cedo ao estrelato, mostra-se um admirável guerreiro.
Duas vezes já pareceu marchar para a decadência definitiva, e em ambas teve fibra para dar a volta por cima. Na primeira foi mais fácil, pois havia apenas perdido um pouco o foco em função do nascimento das primeiras filhas (as duas gêmeas); em 2013, contudo, viveu uma temporada péssima e as apostas eram de que finalmente se aposentaria.
Negativo. Na virada de ano trocou de técnico, de raquete, de postura (tornando-se mais agressivo, para fechar logo os pontos e não se submeter a um desgaste exagerado) e foi voltando à tona. Do 7º lugar para o qual despencara no ranking, já alçou-se para o 3º, podendo até desalojar Nadal do 2º, pois o espanhol vem se contundindo amiúde.
Este é outro segredo da longevidade de Federer: ele administra sensatamente a carreira, evitando ultrapassar seus limites, num momento em que os melhores tenistas cada vez mais dão tudo o que têm para chegarem no topo e nele se manterem, acabando por se estourarem.
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