O Ruy Castro me mandou mensagem, surpreso por eu haver lembrado de sua participação no Pasquim, não muito destacada nas obras que evocam o saudoso semanário, representativo de um jeito carioca de ser que, infelizmente, parece não existir mais.
Não menos admirado fiquei eu, por ele haver tomado conhecimento de um texto que postei somente no meu blogue, e até feito comentários.
A busca do Google facilita, claro. Mas, jornalistas e escritores com prestígio no sistema costumam ignorar os articulistas da internet. É alvissareiro que nem todos sejam esnobes...
A busca do Google facilita, claro. Mas, jornalistas e escritores com prestígio no sistema costumam ignorar os articulistas da internet. É alvissareiro que nem todos sejam esnobes...
Eu poderia também haver citado suas ótimas biografias --gosto, em especial, de Estrela Solitária, pois Mané Garrincha foi um personagem incrível--, mas queria reverenciar o espírito pasquineiro, otimamente expresso no artigo de Ruy Castro sobre o ditador que já foi tarde.
Eis algumas de suas reminiscências do Pasquim que deverão interessar à velha guarda dos leitores deste blogue:
Eis algumas de suas reminiscências do Pasquim que deverão interessar à velha guarda dos leitores deste blogue:
"Embora eu tenha estreado no, se não me engano, no. 7 [quando a redação ainda era na Lapa e muito antes da mudança para Botafogo e da chegada do Sergio Augusto e do Ivan Lessa] e dali colaborado regularmente por algumas semanas seguintes [estou nas chamadas de capa do número mais famoso, o 22, com a entrevista da Leila Diniz], na verdade sempre fui bissexto na colaboração.
E o motivo é que, exceto por alguns meses de 1969, quando o jornal surgiu, sempre estive empregado em algum lugar, o que não me deixava tempo para escrever. O Pasquim era assim --- tínhamos de estar desempregados para colaborar...
Em 1977, quando fui demitido do Jornal do Brasil, Jaguar e Ziraldo me chamaram e voltei a escrever semanalmente, o que se prolongou até fins de 1978, quando me mudei para São Paulo para ser editor de cultura da IstoÉ.
Ao contrário do que se pensa, o Pasquim não nasceu com uma fórmula pronta --- mas foi o resultado da cabeça daqueles primeiros que o fizeram, e que vinham da Senhor [Jaguar, Paulo Francis], Pif-Paf [Millôr Fernandos], Última Hora [Tarso de Castro, Luiz Carlos Maciel], Fairplay [Ziraldo, Fortuna], JB [Sergio Cabral, Marta Alencar], Correio da Manhã [eu], Revista Diners [quase todos], publicações que já ousavam um jeito diferente de escrever e apresentar a matéria. Os outros é que, depois que o Pasquim se firmou, começaram a a escrever no jeito do Pasquim..."
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