Oportuníssima a coluna dominical de Vaguinaldo Marinheiro, correspondente da Folha de S. Paulo em Londres: Dinheiro Sangrento.
Fala sobre a flexibilidade adotada pelas grandes democracias capitalistas em relação a ditadores que lhes são convenientes.
Só faltou citar também os companheiros desnorteados de esquerda que, quando tais democracias afinal se colocam contra os ditadores (visando à sua substituição por serviçais menos hediondos), põem-se imoralmente a defendê-los, fazendo Marx revirar-se na cova.
Minha posição é sempre a mesma: ao lado dos cidadãos que confrontam o despotismo, em qualquer país e em quaisquer circunstâncias.
Foi para isto que me tornei revolucionário, não para justificar massacres de civis.
Foi para isto que me tornei revolucionário, não para justificar massacres de civis.
Eis os principais trechos de Dinheiro Sangrento:
"De governos ocidentais a universidades britânicas. De bancos suíços a empreiteiras brasileiras, todo mundo tirou proveito do dinheiro do ditador Gaddafi enquanto pôde.
Ninguém nunca quis perguntar quão limpo era esse dinheiro ou se preocupou com quantas vozes eram caladas no país para que os dinares continuassem a fluir.
Eram negócios, e nos negócios há sempre uma margem de amoralidade, dirão alguns.
Outros argumentarão que é uma política de 'don't ask, don't tell' corporativo: eu não pergunto, e você não me diz que o dinheiro é sangrento.
Continuamos assim sem peso na consciência.
...Os dias de Gaddafi na Líbia parecem contados. Será mais uma vítima nessa temporada de caça aos ditadores que já derrubou Mubarak no Egito e Ben Ali na Tunísia.
Mas não será o fim dos governos autocráticos pelo mundo. Nem de negócios e tapinhas nas costas de ditadores.
Basta ver o que o mundo faz com a China, país que cotidianamente desrespeita os direitos humanos. Enquanto o povo de lá não se levanta, o resto do planeta corre atrás de alguns yuans".
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