sábado, 26 de junho de 2010

O NOVO ABUSO DAS 'OTORIDADE'

Já vão longe os tempos em que os contraventores eram bandidos românticos como Meneghetti.

Italiano radicado no Brasil, Gino Amleto Meneghetti roubava apenas dos ricos, jamais recorria à violência e era um mestre
em escapar dos perseguidores tal qual um gato dos telhados, bem como em evadir-se dos presídios.

Virou personagem obrigatório dos pasquins criminais. Meu pai me relatava amiúde a vez em que o viu sendo preso.

Novelistas europeus como Auguste Le Breton e Jose Giovanni escreveram belas páginas sobre esses criminosos com código de honra, que levavam a vida quase como se fossem profissionais de um ofício inusual, é verdade, mas exercido com a mesma integridade.


Hoje, infelizmente, o que há do lado de lá são as bestas-feras engendradas nas últimas décadas, algumas das quais adquiriram muito poder graças ao rentabílíssimo tráfico de drogas pesadas.


Mesmo assim, a sociedade não as pode combater com armas de criminosos, caso contrário nada mais restará que valha a pena defendermos.


É intolerável a continuidade, em pleno século XXI, da ignóbil prática das torturas, que continuam correndo soltas e sendo até implicitamente defendidas em doentias monstruosidades cinematográficas como Tropa de Elite.


E é também intolerável que o Estado pisoteie direitos civilizados como o do sigilo nas comunicações entre advogados e seus clientes, instalando equipamentos para gravar som e imagens nos parlatórios dos presídios de segurança máxima que constrói.


Mesmo porque tais presos têm o dia inteiro para ficarem bolando códigos no sentido de driblar aqueles que os espionam ILEGALMENTE.


Então, esse abuso grotesco que as otoridade estão cometendo produzirá o máximo de prejuízo (ao fazer-nos regredir diretamente para a Idade das Trevas) sem gerar benefício nenhum na luta contra o crime.

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