Acusada de haver matado o coronel Ubiratan Guimarães (aquele que comandou o massacre do Carandiru), a advogada Carla Cepollina conseguiu uma vitória inicial na Justiça de São Paulo, que rejeitou a denúncia. O Ministério Público vai recorrer.
Sobre o inquérito policial, ela conta ter sido muito pressionada, sem que conseguissem forçá-la a confessar o crime. Não chegaram à tortura física, mas houve utilização de um recurso extremamente torpe:
- Um delegado, quando estava na minha casa, falou: "Se a senhora não confessar, vou levar a sua mãe presa". E levou.
No caso do motoboy falsamente acusado de 11 homicídios com base tão-somente nas confissões que fez sob tortura ( http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2008/09/torturas-tudo-como-dantes-no-quartel-de.html ), eu já ressaltei que os métodos utilizados atualmente pela Polícia paulistana continuam sendo os mesmíssimos adotados pela repressão política na época da ditadura militar.
A prisão de uma senhora que nada tinha a ver com o caso, como forma de coagir a filha, também tem tudo a ver com os DOI-Codi's do passado.
Os leopardos não perdem as pintas, embora hoje estejam impedidos de extrapolar certos limites: já não podem chegar ao cúmulo de torturar tais parentes na frente daquele de quem querem arrancar confissões, como os comandados de Brilhante Ustra fizeram com a família de Ivan Seixas nos anos de chumbo.
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