A propaganda política enganosa é o último recurso do PT para tentar escapar da derrota anunciada. Eis que agora está recorrendo, no horário eleitoral gratuito, ao mesmo besteirol falacioso que disseminava por suas redes de blogueiros amestrados, tipo:
- criar uma tempestade em copo d'água a respeito da participação, na campanha de Marina Silva, da uma herdeira Setúbal cujo verdadeiro ofício é o de educadora e não apita nada nas decisões do grupo Itaú;
- insuflar o alarmismo mais grosseiro e demagógico, ao imputar à rival a intenção de governar em favor dos banqueiros, como se não fosse isto que o PT vem fazendo há quase 12 anos (tanto que o Itaú e o Bradesco acabam de anunciar aumentos respectivos de 36,7% e 20,7% em seu lucro líquido no 1º trimestre de 2014, comparativamente ao mesmo período de 2013 - um resultado tão exagerado que chega a ser obsceno, ainda mais se levarmos em conta que se trata de uma atividade parasitária e inútil, e também que os dois últimos anos, para o País, foram de vacas magras); e
- fazer um escarcéu a respeito da intenção de Marina Silva de tornar independente o Banco Central, como se fosse preferível para o cidadão comum um BC subserviente ao governo federal e subordinando decisões técnicas à politicalha (é de um ridículo atroz pretender que governos totalmente submissos ao poder econômico, como o nosso, sejam preferíveis aos grandes grupos privados, na verdade ambos se equivalem em perniciosidade, então a diferença entre as duas posições, em termos práticos, acaba sendo a tendência que os governantes têm de colocar as decisões macroeconômicas a reboque das conveniências políticas e eleitoreiras).
Para quem sabe das coisas (inclusive os formuladores da dita propaganda política enganosa), não estou contando nenhuma novidade. O Nelson Rodrigues decerto qualificaria o que escrevi de obvio ululante.
Daí o meu desalento ao constatar que há legiões de desinformados engolindo e repassando esse lixo, como se estivessem descobrindo a pólvora. Faz-me lembrar a velha frase de que pouco conhecimento, às vezes, é pior do que nenhum.
Daí o meu desalento ao constatar que há legiões de desinformados engolindo e repassando esse lixo, como se estivessem descobrindo a pólvora. Faz-me lembrar a velha frase de que pouco conhecimento, às vezes, é pior do que nenhum.
3 comentários:
Ai, caramba, ai, ai!
Tou aqui lendo a leva de textos humorísticos, dessa vez vinda dos EUA, por obra e graça de uma sujeito realmente impagável chamado Wayne Madsen. A nova do espertalhão, um conhecido jornalista de tablóide, consiste em afirmar que o avião de Eduardo Campos foi derrubado pela CIA para ajudar Marina a se eleger, e que Marina é diretamente, sorrateiramente e demoníacamente financiada por George Soros.
Ele parte do princípio de que o Cessna em que viajava Campos simplesmente não poderia sofrer um acidente (isto seria "impossível", segundo afirma!), e que Marina, canditada da Assembleia de Deus, recebe uma montanha de dólares das mãos de Soros para acabar com o "processo" brasileiro — que processo? —, sem dar nenhuma dica de onde estão as provas daquilo que afirma, tanto em relação à invulnerabilidade de um avião quanto sobre a ligação Marina-Soros.
Desnecessário dizer que a Carta Capital, todos os blogueiros de "esquerda" e até mesmo o Bolg da Dilma (!!!!!!!!!!!!!) estão alegremente repoduzindo a história. E eu é que sou maluco!
Quanto a Marina Silva ser uma candidata da Asembleia de Deus, como se essa igreja fosse o seu partido político, é MENTIRA. Qualquer um pode verificar o que estou dizendo informando-se a respeito da posição política dela dentro da igreja, em especial da grossa inimizade que tem em meio aos seus líderes para ser mais direto.
E quanto a George Soros ser o gênio do mal por trás dos Black Blocs, ora, francamente! Vai ver ele usou esse mesmo fundo que mantém os 100 ou 200 perigosíssimos Black Blocs nas cidades do Brasil para bancar a arma alienígena com que "inocularam" câncer no Hugo Chávez.
Alguém aí pare essa barca, por favor, que eu preciso descer.
Marcosomag,
eu sou um cara sincero. Textos como esses que você me indica me dão a impressão que a esquerda se tornou uma seita fechada em suas crenças, como a Igreja Universal.
Lembra? Quando os promotores e o jornal O Estado de S. Paulo estavam triturando o Edir Macedo e seus comparsas, os fiéis não acreditam numa só palavra (e as provas eram fartas, de lavagem cerebral, curandeirismo, estelionato, lavagem de dinheiro, etc.). Não, para o rebanho tudo isso era obra de Satã.
Agora é a esquerda virtual que acredita em teorias da conspiração mirabolantes e vê o dedo de Satãs capitalistas em tudo.
Eu fui bom jornalista e sigo as práticas corretas do meu ofício: só acredito naquilo que se pode provar de maneira cabal.
Perdi um tempão detonando aquele besteirol do Olavo de Carvalho sobre o Fôro de São Paulo. Provei que aquela sinistrose toda estava mais para enredo de filmes do 007. Então, não sou eu que vou acreditar que o Satânico Dr. Soros treina os black blocs brasileiros. Tenha paciência!
Abs.
E não deixa de ser este um caso curioso em que os homens da CIA paracem ter atuado em meio a trapalhadas, logo eles que nunca foram de brincar em serviço.
Se a CIA, onipotente e onipresente como certos personagens de ficção, queria Marina à frente da Presidência do Brasil, com o Eduardo Campos sabendo e aprovando toda a tramoia como sugere o Wayne Madsen, por que cargas d'água não puseram logo a Marina como candidata à Presidência, desde o início? O dinheiro de Soros e a tutela dos EUA não foram convincentes o bastante aos olhos de todos os envolvidos na conspiração? Miguel Arraes, a uma hora dessas, deve estar passando um pito e tanto no neto, primeiro por ser entreguista, e depois por ser burro.
Não é apenas a absoluta ausência de provas da ligação Marina-Soros a denunciar a baboseira. A história em si, inventada pelo charlatão Madsen, não tem a mínima coerência. Simplesmente não faz sentido.
A propósito, por falar em Cessna. A direita mais esquizóide diz até hoje ter certeza de que o revolucionário cubano Camilo Cienfuegos foi assassinado por Fidel Castro e Che Guevara, porque o Cessna em que viajava, após a Revolução, caiu. O que tem até muito fundamento, em sendo um Cessna, diferentemente de qualquer outra máquina criada pelo homem, imune a defeitos mecânicos, ou eletro-eletrônicos, ou a erros da parte do operador.
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