"Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero, não tolero lero-lero, devo nada pra ninguém", disse sabiamente o grande poeta Cacaso.
É como me sinto em relação ao PT. Não vou passar o resto da vida atirando-lhe na cara os erros do passado, mas seguirei cobrando uma postura consequente na atualidade.
Já estou cansado de ver apenas os pequenos partidos tendo coragem de ser dignos, enquanto os grandes se tornam indignos porque colocam razões e interesses menores à frente da dignidade.
P. ex., a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, disse tudo que existe para se dizer sobre o perseguido político a quem o Brasil voltou as costas:
"...a discussão sobre o asilo ao Snowden é um debate de interesse nacional. É uma obrigação moral oferecer asilo a alguém que teve a coragem de desafiar os Estados Unidos para revelar ao mundo um sistema de vigilância perverso, que traz o risco de transformar a internet em um instrumento de controle não só político, como pessoal".Por que o governo Dilma Rousseff, desde o primeiro momento (vide aqui), tudo faz para não contrariar os EUA? Por que se omitiu e até hoje se omite tão vergonhosamente? Por que reagiu ao ultraje de ter a própria presidenta espionada com um discursinho inócuo na ONU, ao invés de mudar sua decisão sobre o Snowden (esta sim seria uma resposta à altura da ofensa recebida!)?
Porque amarela e pula quando o bandido dá tiros no chão. Só por isto.
Na verdade, os EUA não derrubariam Dilma se esta os contrariasse no caso do Snowden, assim como as prometidas retaliações italianas contra o Brasil por causa do Cesare Battisti não passavam de fanfarronices.
A Itália blefou, Lula pagou pra ver e limpou a mesa. Os EUA blefaram, Dilma vacilou e saiu com o rabo entre as pernas, apesar de ser ela quem tinha as cartas vencedoras.
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