O PT cogita pedir ao Senado para entrar com uma representação contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, por crime de responsabilidade.
Confúncio reprovaria: é usar canhão para matar mosquito.
Houve precipitação, desencontros e trapalhadas e na prisão dos líderes petistas em pleno feriadão, mas não se pode provar que, deliberadamente e com má fé, Barbosa tenha tentado sujeitar os presos a um regime prisional ao qual não foram condenados.
Ele é satanizado nas redes sociais a ponto de ficar com imagem caricatural, de espantalho, mas tolo nunca foi. Jamais lhe passaria pela cabeça algo tão estapafúrdio como a possibilidade de, no grito, tornar o regime fechado um fato consumado. Pode-se atribuir-lhe incompetência, que justifica admoestação; mas não intenção dolosa, que respaldasse um impeachment.
Previsivelmente, logo no primeiro dia útil tudo entrou nos eixos. E o Ministério da Justiça nega que José Genoíno haja passado mal como seria necessário para uma medida tão extrema fazer qualquer sentido.
Querer aplicar a Barbosa uma pena por assassinato sem existir cadáver seria fornecer outro trunfo para a mídia adversa desmoralizar e ridicularizar o PT, além de lhe dar ensejo para levantar ainda mais a bola do paladino contra a corrupção.
Desta vez, sou obrigado a concordar com a presidenta Dilma Rousseff: nem de longe compensa corrermos o risco de um confronto de Poderes neste momento e por tal motivo.
Se for para chutarmos o pau da barraca, que seja por algo bem maior: partirmos para a estatização do sistema financeiro, p. ex. Pelo menos entraríamos na nova ditadura com a alma lavada...
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