Além de três reatores que estão com núcleo esquentando, a piscina que guarda o chamado combustível gasto do reator 4 está secando.
E o combustível gasto dos reatores 5 e 6 está mais de duas vezes mais quente.
Isso pode gerar uma explosão com efeitos trágicos, já que esse material - uma mistura de urânio, plutônio e outros elementos letais - é 1 milhão de vezes mais radioativo do que o combustível novo.
Depois de queimadas no núcleo do reator, as varetas que abrigam esse material ficam em água, tanto para resfriar o combustível quanto para 'blindar' a radiação.
'Mas a água está quente e evaporando, e o ar está começando a entrar em contato com os combustíveis estocados. Isso pode dar uma ignição', explica Luís Antônio Albiac Terremoto, do Ipen.
'Certamente a piscina não está íntegra, porque está vazando água', diz Leonam Guimarães, da Eletronuclear.
A presença do combustível em uso, menos radioativo mas muito mais quente que o combustível gasto, provavelmente causou a elevação na temperatura da água.
E a radioatividade desse combustível gasto torna virtualmente impossível que os trabalhadores se aproximem da unidade 4 para reparos.
Várias usinas atômicas no mundo adotam o mesmo projeto de Fukushima, de armazenar o combustível gasto no mesmo prédio do reator. Angra 2 e Angra 3 estão entre elas." [Os grifos são meus e a notícia é da Folha de S. Paulo deste sábado, 19/03. As implicações são tão óbvias que não vi necessidade de acrescentar nada...]
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