Os risonhos Lúdio e Lula, símbolos do PT complacente. |
Minha criação em uma família cristã e meu juramento de proteger a vida como médico e a minha vida como pai e esposo provam isso."
Esta profissão de fé no moralismo rançoso e na idiotia religiosa não partiu de um jeca qualquer do rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo, mas sim do candidato petista à prefeitura de Cuiabá, Lúdio Cabral, que disputa o 2º turno com um bolsonarista raiz.
Salta aos olhos que o péssimo desempenho petista nas eleições municipais decorre de sua abjeta rendição à pauta do inimigo. Entre o conservadorismo assumido da direita e o conservadorismo constrangido da ex-querda, muitos eleitores devem estar optando pelo produto original em detrimento do genérico.
Que a derrota acachapante nos sirva, pelo menos, para fazer cair a ficha de que, se não resgatarmos nossa identidade combativa, nos tornaremos, cada vez mais, sacos de pancada.
Quando o partido do presidente da República é o nono a eleger mais prefeitos numa eleição nacional, algo está muito errado. Hora de seus dirigentes botarem a mão na consciência e indagarem: Onde erramos?
Antes, os petistas não se deixavam clicar rindo como bobos alegres |
Há uma resposta bem simples: o PT errou ao tentar ser (às vezes...) contrário ao status quo nos palácios dos Poderes, mas haver praticamente desistido de fazê-lo nas ruas, onde sua influência é cada vez menor.
Virou um partido que tem breve despertar a cada dois anos, quando disputa eleições, voltando em seguida à sua letargia profunda. Tão profunda que está se tornando comatosa.
E, para resistir às pressões dos inimigos que, estes sim, têm investido na conquista das ruas, o PT confiou na adoção de medidas governamentais favoráveis a quem quer agradar, mas atualmente só as consegue aprovar no Congresso cedendo às chantagens explícitas dos parlamentares fisiológicos (ou seja, quase todos).
Acaba, assim, identificando-se, aos olhos do povo, com os feios, sujos e malvados da política profissional. Pior, impossível.
Então, depois da sova que está levando, a esquerda precisa reinventar-se como tal, atuando como antagonista e não serviçal do poder econômico, contestadora e não conivente com as falcatruas dos podres Poderes.
Uma correção de rumos e posturas, contudo, é obrigatória. E isto enquanto ainda há algo que se possa salvar. O tempo urge.
(por Celso Lungaretti)
Um comentário:
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