Foi crucificado de forma praticamente unânime por cronistas esportivos e torcedores, que preferiram ver nele o incompetente que desperdiçara o superlativo talento de nossos craques. Mas a verdade era bem outra, como agora está se constatando.
Antes de o retrocesso civilizatório se tornar tão acentuado (e as opiniões sobre todas as coisas, tão fanáticas e desequilibradas) no Brasil, Telê Santana também ficou com as mãos abanando após as Copas do Mundo de 1982 e 1986. Para piorar, era favoritaço na primeira, com Falcâo, Cerezzo, Sócrates e Zico na auge de suas carreiras.
Mas, fascinados com o futebol de sonhos que o nosso escrete praticava do meio de campo para a frente, poucos o acusaram de ter armado uma defesa firme como geleia, o que acabou sendo fatal na azarada partida contra a Itália
Já no caso de Tite. não se levou em conta que possuía um único fora-de-série à disposição, Neymar, que fracassou miseravelmente nas duas eliminações.
Então, não deixei de reconhecê-lo como o melhor treinador brasileiro em atividade, embora isto perdesse um pouco de significado face à mediocridade dos concorrentes.
Agora o quadro está mais claro.
Agora, com 8 das 18 rodadas concluídas, o Brasil divide o quinto lugar com a Venezuela (!), tendo 41,7% de aproveitamento, após perder 3 partidas e empatar em casa com o Peru sob o comando de Fernando Diniz e ter duas atuações horrorosas com Dorival Jr. no banco.
Conclusão: ruim com Tite, péssimo sem ele.
E pouco se fala na ausência gritante de um meio-campista hábil e cerebral, que dite o ritmo da equipe, organize o setor ofensivo e crie oportunidades de gol para os atacantes. Alguém como Lionel Messi, que fez a diferença entre a Argentina campeã e o Brasil sétimo colocado em 2022.
E por que não produzimos mais esse tipo de craque, como Didi em 1958 e 1962, Gerson em 1970 e Sócrates em 1982?
Porque o mendicante futebol brasileiro agora quer formar pés-de-obra para o mercado internacional, então prioriza, desde as escolinhas, garotos que sejam bons dribladores e marquem gols, como Endrick e Estevão, para vendê-los aos gringos antes mesmo de completarem 18 anos.
Quanto aos cérebros das equipes, não é o que os europeus (principalmente) esperam dos jogadores brasileiros, então os formamos cada vez menos, curvando-nos aos preconceitos dos nossos antigos colonizadores, que ainda nos veem como eternos bugres. (por Celso Lungaretti)
2 comentários:
“Uma catástrofe de biodiversidade”: como o mundo poderá ser em 2050 – a menos que ajamos agora
https://www.theguardian.com/environment/2023/nov/29/a-biodiversity-catastrophe-how-the-world-could-look-in-2050-unless-we-act-now-aoe
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https://www.iqair.com/brazil?srsltid=AfmBOoov_8DuE2jv2Wbkft_5Tt9yvZiRMjS8lnEfZoW5xjsvGrfQBfXk
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