terça-feira, 4 de junho de 2024

JÁ ESTAMOS EM PLENA FASE DOS EVENTOS AMBIENTAIS EXTREMOS E UMA 'BOMBA CLIMÁTICA' NOS ESPERA EM 2050

Corremos um enorme risco de ultrapassarmos um aumento de 2º C na temperatura média do planeta em 2050, o que equivalerá a uma bomba climática, com um impacto devastador não só para nós, humanos, como também para a biodiversidade, pois vai causar uma série de extinções. 

O alerta é do climatologista Carlos Nobre, em entrevista a Heloisa Barrense, do canal Ecoa do UOL. Segundo ele, já nos próximos anos teremos de enfrentar emergências climáticas cada vez mais frequentes, tipo grandes secas em 70% do território nacional e chuvas intensas como as do atual dilúvio gaúcho, tanto no Sul quanto em parte do Sudeste. 

Ele adverte que o planeta inteiro, a exemplo do Brasil, entrou na fase dos eventos climáticos extremos, cuja tendência é aumentarem. "Este é o maior desafio que a humanidade já enfrentou na questão ambiental: não deixar a temperatura passar de 1,5ºC. Se continuarmos com as emissões de gases de efeito estufa, nós podemos atingir permanentemente 1,5ºC graus até 2030, o que já é muito grave."

Uma consequência da mudança da temperatura global associada com o desmatamento seria a autodegradação da floresta amazônica e a perda de até metade da biodiversidade num prazo de 30 a 50 anos. 
"E mesmo que milagrosamente se pare o desmatamento por completo, a autodegradação continuará", acrescenta ele, até chegarmos a um ambiente "totalmente a céu aberto".

Vai além: "Se o aumento for de 4 graus, já teremos um monte de locais inabitáveis durante o verão. O corpo humano não vai resistir a essa temperatura e umidade que vão ocorrer em lugares tropicais e nos verões de regiões situadas entre os trópicos". 

Caso este cenário se torne realidade (e é para ele que nos encaminhamos), vai haver um acentuado aumento das regiões inabitáveis do planeta.

Enfim, os cenários decorrentes do aquecimento global que já se anteveem, por si sós, acarretarão uma verdadeira convulsão no planeta.
Nobre: enormes desafios.

E se a eles acrescentarmos uma mais do que provável depressão capitalista de magnitude muito maior que a da década de 1930, a volta das pandemias, a fome que advirá da inutilização em larga escala de áreas de plantio, a migração de contingentes humanos em fuga, as novas guerras de conquista, etc., bem como a sinergia de todos esses fenômenos, ficam inteiramente justificados os alertas constantes deste blog.

Ou seja: nada garante que existirá um século 22. A grande luta da nossa espécie nas próximas décadas será pela mera sobrevivência. E, neste momento, estamos perdendo de goleada. (por Celso Lungaretti)

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