sábado, 30 de julho de 2016

TUDO COMO DANTES NO QUARTEL DE ABRANTES

Alguém adivinha quem seja o autor e qual contexto histórico terá inspirado o parágrafo abaixo? Leiam e reflitam:
"Os teus príncipes são companheiros dos ladrões. São companheiros dos ladrões porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões porque os consentem; são companheiros dos ladrões porque lhes dão os postos e poderes; são companheiros dos ladrões porque talvez os defendam; e são, finalmente, seus companheiros porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo".
Não, não se trata de um discurso rebuscado de jurista que estivesse acusando os presidentes da República dos períodos do mensalão e do petrolão; ou da catilinária de algum crítico dos métodos utilizados pelo PT para garantir a malfadada governabilidade.

Trata-se de um trecho do Sermão do bom ladrão, que o padre Antônio Vieira proferiu diante do rei D. João VI e sua corte há 361 anos, numa igreja de Lisboa. Vergonhosamente, de 1655 até hoje não perdeu nem um tiquinho da sua atualidade.

Cá na patriamada, para evitar despesas legais, conviria incluir a ressalva de que "qualquer semelhança com fatos e pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência". 

E, para não entediar os leitores, poderiam ser suprimidas as passagens referentes a bons ladrões, pois na corte da politicalha brasileira eles inexistem. Só há os dissimulados e os ostensivos, igualmente péssimos. 

Quanto a todos irem para o inferno, certamente é o que lhes deseja a imensa maioria dos brasileiros.

Um comentário:

Eisenhower-EISE disse...

Excelente o artigo, Padre Vieira continua atualíssimo, fazia premonição de tempos futuros e sóbrios, que viveríamos por estes Tristes Trópicos, dos trópicos utópicos.Mal sabia Pe. Vieira que no Maranhão haveria de existir a família Sarney e no restante do país inúmeras outras como: os Silva, os Cunha, os Calheiros e mais um bando de canalhas.
Eisenhower de Alcântara

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