terça-feira, 11 de agosto de 2015

UM ALERTA: LEVY QUER ACERTAR AS CONTAS DA PREVIDÊNCIA ELEVANDO A IDADE MÍNIMA PARA APOSENTADORIA!!!

A presidenta Dilma Rousseff continua tentando escapar do impeachment sem abdicar das políticas que a tornaram recordista absoluta de impopularidade. Segue apostando em miudezas & obaoba, como se os 71% de brasileiros que consideram ruim ou péssimo seu governo pudessem ser engambelados por miragens, num momento em que a inflação, o empobrecimento, a penúria, as dívidas e o fantasma do desemprego os fustigam, impedindo-os de se descolarem da realidade um segundo sequer.

É desmemoriada, a Dilma! Esquece que a propaganda enganosa da ditadura militar obteve êxito retumbante durante o milagre brasileiro, mas deixou de funcionar assim que os índices econômicos despencaram. O povo não é bobo. Pode engolir baboseiras juntamente com comida farta, mas vomitará as baboseiras se forem servidas com o pão que o diabo amassou.

Assim, noves fora, Dilma só desperdiçou mais um dia de sua contagem regressiva, ao reunir ministros e senadores para outro regabofe & papo furado no Palácio da Alvorada; e lhe sobram poucos. Se perder a batalha das ruas de agosto de forma tão acachapante quanto perdeu a de março, o xeque-mate se tornará mera questão de tempo.

Foi simplesmente patética a tentativa de levantar a bola do presidente do Senado, o Renan Calheiros que já conhecemos de tantos outros carnavais, na esperança de torná-lo uma alternativa a Eduardo Cunha. Roto x remendado. Como se fosse o presidente da Câmara Federal que estivesse derrubando Dilma, e não a odiosa política econômica do Joaquim Levy! Como se a República pudesse voltar a ter paz com as duas casas legislativas em pé de guerra!

No pacote de 28 mudanças possíveis que Levy alinhavou e Calheiros apresentou como se fossem dele (me engana que eu gosto...), quase tudo é mais do mesmo e nem vale a pena comentar. As que merecem atenção são estas:
  • Revisar resolução do Senado que regula o imposto sobre heranças, sobretudo quanto ao teto da alíquota, levando-se em conta as experiências internacionais (convergir com média mundial - 25%) - A taxação brasileira é irrisória (menos de 4%), na França a alíquota alcança até 60% e na Alemanha, Suíça e Japão, 50%. A redação é confusa, mas notícias anteriores sobre medidas cogitadas pelo Ministério da Fazenda falavam em 25%, embora a média internacional seja, realmente, de 30%. Aparentemente, o que se pretendeu comunicar foi convergir com média mundial IGUAL A 25%. Mas, se for lido como convergir com média mundial MENOS 25%, aí o teto será de 22,5%. O certo é que o salto deveria ser diretamente para os 30%, que não corrigiriam uma injustiça histórica mas, pelo menos, igualariam a verdadeira média mundial. E não passarmos do quase nada para o pior do que a maioria. Quanto à tal resolução do Senado a ser revisada, é também tímida ao extremo, estabelecendo alíquota máxima de 20% quando a herança transmitida exceder R$ 100 milhões. O Brasil, não resta dúvida, é um país condescendente ao extremo com os ricos e um inferno para os pobres...

  • Ampliar idade mínima para aposentadoria, mediante estudos atuariais e levando-se em conta a realidade das contas da Previdência Social - Uma aberração! Uma monstruosidade! Uma infâmia!  Passaremos dos 65 anos atuais para quantos? 70? 80? 100? Tudo dependerá da realidade das contas da Previdência, não do direito dos seres humanos a não morrerem de fome quando deixam de ser produtivos. Voltaremos àquele passado terrível em que velhos se deixavam morrer para não consumirem os alimentos da aldeia? Foi isto que o Levy aprendeu com o Milton Friedman?!
  • Avaliar a proibição de liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS - Outra monstruosidade. Para favorecer os convênios médicos, impedir-se-ia que cidadãos recorressem a tribunais para salvarem a vida e a integridade física (pois os casos em questão são exatamente os extremos)! Por que não simplificar, instituindo uma Lei de Segurança da Medicina Mercantilizada e colocando-a fora do controle do Judiciário, como a ditadura militar fez com a Lei de Segurança Nacional?!
Por estas e outras, o malvado favorito da Dilma não oferece soluções para o problema, ele é o maior problema, o bode a ser retirado da sala antes de se começar a discutir todos os outros.

Mas, como Dilma foi longe demais na quebra das promessas de campanha e no abandono dos valores históricos do petismo, parece preferir o abismo do que dar o braço a torcer, reconhecendo que o imenso desgaste que a opção pelo neoliberalismo lhe acarretou foi totalmente inútil.

E também parece temer que, reduzindo o número de ministérios para um patamar razoável (ou seja, menos da metade dos atuais 39), como forma de diminuir a gastança do Executivo enquanto impõe rigores ao povo, alienaria apoios indispensáveis para escapar do impeachment.

São as duas obviedades que a esquerda mais lhe cobra e ela mais reluta em atender. Preferindo Levy e os fisiológicos, não terá salvação. 

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