domingo, 5 de julho de 2015

PARA NUNCA ESQUECERMOS, PARA JAMAIS PERMITIRMOS QUE SE REPITA: ALEMANHA 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. BRASIL, 1.

Ajoelhou, tem de rezar.
Na próxima 4ª feira, 8, transcorrerá mais um infeliz aniversário brasileiro.

Se não chega a ser tão nefando quanto o de 1º de abril (nada pode ser tão ruim quanto o dia que nos fez perder 21 anos, tantas vidas, nossas melhores esperanças e a nossa inocência!), foi um golpe terrível na auto-estima dos brasileiros.

O complexo de vira-latas, de que nos livráramos no finzinho de junho de 1958, voltou com tudo, pior do que nunca. Esquecemos a pretensão de ombrearmo-nos aos maiores do planeta e passamos a nos enxergar de novo como competidores pela supremacia na América do Sul. Atrás da Europa, tudo bem, só não se pode ficar abaixo dos esfarrapados da vizinhança!

Cinco dias depois, a maioria dos brasileiros torcia pateticamente pelos algozes alemães contra os hermanos argentinos, preferindo os abastados  filhos da Merkel, destruidora de nações, a outros coitadezas como nós, semelhantes a nós em tudo e sofredores como sempre fomos e jamais deixaremos de ser enquanto nos prostrarmos aos desígnios das grandes nações capitalistas.
Sofremos 4 gols em 7 minutos. E eles só assistindo...

Mas limitemo-nos, neste texto, aos tormentos futebolísticos, mais no espírito de um domingo. Já chega o quanto os outros, os do subdesenvolvimento econômico, político e cultural, nos consomem e tiram o sono durante os dias úteis, quando somos bombardeados pelas más notícias por todos os lados...

Primeiro ponto: a tragédia do Mineirão foi anunciada. Eu, p. ex., a vinha anunciando há cerca de um ano, porque sabia que o hexa jamais chegaria pelas mãos do treinador Luiz Felipe Scolari.

A Seleção Brasileira simplesmente não acompanhara a enorme evolução tática e técnica do futebol mundial a partir da revolução catalã da segunda metade da década passada, de forma que a nossa única esperança era termos no banco alguém como o corinthiano Tite, capaz de armar seu time de forma a compensar a inferioridade de forças (foi o que ele fez no Mundial de Clubes de 2012, ao dar um nó tático em Rafael Benítez e, contando com a aplicação do elenco e os milagres do goleiro Cássio, surpreender o franco favorito Chelsea).

Felipão, flagrantemente ultrapassado e taticamente medíocre, só poderia piorar o que já era ruim. E foi, também, o que ele fez, desguarnecendo o meio-de-campo contra a Alemanha porque sonhara com Bernard conduzindo o Brasil à vitória. Coisa dos treinadores do tempo do Onça, como Osvaldo Brandão.
"Triste Brasil. Ó quão dessemelhante!"

Mas, por que o jurássico Felipão, que vinha de fracasso em fracasso desde o Mundial de 2002, estava lá? Simplesmente porque a presidência da Casa Bandida do Futebol caiu no colo de José Maria Marin, após a desgraça do também corrupto Ricardo Teixeira. 

Foi Marin que, contra a opinião da crônica esportiva e dos torcedores conscientes, retirou do ostracismo outro anacronismo com o qual se identificava pela índole autoritária de ambos. Deram-se as mãos e impuseram ao escrete brasileiro sua mais acachapante derrota em um século de história e mais de mil partidas disputadas.

E o que aconteceu desde então? Nada.

Saiu Marin, entrou Del Nero. Seis por meia-dúzia.

Escolheram Gilmar Rinaldi para diretor de seleções, não ligando ou pretendendo mesmo que viceje à sombra da CBF o balcão de negócios denunciado pelo grande Zico (leia aqui).

Rinaldi imediatamente quis ter a seu lado o ex-jogador limitado e técnico fracassado Dunga, outro cujo passado o condena: pertenceu à máfia de intermediação de jogadores, convocou para a Copa de 2010 um dos clientes da empresa internacional da qual participava e mentiu à imprensa e à Justiça gaúcha a este respeito (leia aqui).
Feios, sujos e malvados: de um nos livramos, faltam três.

Marin foi preso a pedido do FBI e Del Nero voltou espavorido para o Brasil, não botando o pé fora desde então, pois teme ser também denunciado, preso e extraditado.

Armou-se uma CPI da CBF e a chamada bancada da bola, com a participação inclusive de senadores do PT, tudo faz para que ela acabe em pizza (leia aqui).

O Brasil foi expelido da Copa América pelo fraquíssimo selecionado paraguaio, aumentando os temores de que possa, pela primeira vez, ficar fora de um Mundial da Fifa. Com o futebol que acaba de exibir no Chile, mesmo não estando Neymar ausente como nos dois últimos papelões, pode, sim, não passar das eliminatórias.

Rinaldi armou uma maratona de blablablá engana-trouxa, durante a qual muito se falará e isto de nada servirá, pois o primeiro e fundamental passo para se restabelecer a moralidade e o profissionalismo na CBF e na Seleção é a saída de Del Nero, de Dunga e dele próprio, Rinaldi.

Resumindo: a situação continua exatamente a mesma um ano depois dos 7x1 e a perspectiva é de que, se nada de substancial mudar, mais humilhações virão.

Um comentário:

leonardo-pe disse...

Pelo Visto,só a Eliminação nas Eliminatórias para mudarem algo. 1 ano se passou e NADA MUDOU. pior,o que teve de gente que por causa desse resultado,votou em Aécio Neves foi algo impressionante!

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