sexta-feira, 29 de maio de 2015

NUMA CBF DE MÃOS LIMPAS NÃO HAVERÁ LUGAR PARA DUNGA

Com Mohamadou Fofana, chefão da gang dos ingressos.
Um lembrete para a CPI do Futebol que enfim está sendo constituída: há dez meses é ignorada a grave denúncia que a ESPN fez na reportagem Documentos provam ação como agente que Dunga nega (acesse a íntegra aqui). 

O historiador e jornalista Lúcio de Castro, comentarista do Bate-Bola - 1ª edição, foi fundo na apuração de uma atividade que o técnico desenvolvia na surdina, tudo fazendo para a ocultar do distinto público:
"Dunga manteve por muitos anos um segredo bem guardado: a intermediação de transações em direitos econômicos de jogador de futebol. Quando foi questionado por esta reportagem sobre sua participação na venda do meia Ederson, em 2004, do RS Futebol Clube para o grupo Image Promotion Company (IPC), foi incisivo na negativa. Através da assessoria de imprensa da CBF, afirmou 'não ter participação alguma na venda dos direitos sobre o vínculo do referido jogador'.
Três documentos públicos, porém, mostram o contrário: uma nota fiscal da 'Dunga Empreendimentos, Promoções e Marketing ltda', com a comissão no valor de R$ 407.384,08; o recibo assinado pelo próprio Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga; e o comprovante bancário de transferência do clube para a empresa do treinador, no valor discriminado na nota. Não é o único conflito de interesse com o cargo de comandante da seleção brasileira nessa história: as ligações com os agentes do IPC vão muito além do que um único negócio"".
Será ótimo para nosso futebol se os três caírem juntos
Está tudo na reportagem, preto no branco, inclusive as evidências de que Dunga mentiu à justiça gaúcha, ao negar que estivesse associado ao grupo IPC.

Nestes parágrafos da citada reportagem se percebe o quanto ele se envolveu com essa gente:
"Por trás do endereço do IPC, em Mônaco, estão mais revelações sobre as teias de relacionamento de Dunga. O investidor, para quem o treinador da seleção intermediou o atleta do RS Futebol Clube, encontra-se no mesmo endereço da World Champions Club (WCC), na Avenue Princesse Alice. A WCC é uma conhecida empresa de agenciamento no futebol. E entre os gestores está Antônio Caliendo, que representou o IPC na compra dos 75% de Ederson, onde Dunga ganhou comissão por intermediação... 
...[No] site da WCC, [Dunga] é uma das estrelas e identificado como 'um dos nossos últimos clientes', ao lado de Ederson e Maicon, convocado por Dunga para a Copa do Mundo de 2010. Não apenas isso: onde consta a relação e fotos dos futebolistas pelos quais respondem pela gestão, Dunga aparece em foto recente e não de quando era jogador. 
O inglês Queens Park Rangers também estrela o site. A WCC assumiu a gestão do QPR em 2004. Mesmo sem [alegadamente] 'ter vínculo com a empresa em questão', Dunga assumiu cargo no conselho de gestão do clube, formado por cinco membros. Por ser agente Fifa, Antonio Caliendo não podia figurar oficialmente entre tais conselheiros, e o técnico da seleção era seu rosto".
Como agora se pretende levar o saneamento da CBF às últimas consequências, não pode ser poupado da faxina o técnico que manteve inaceitáveis relações perigosas com a máfia da bola e talvez tenha convocado jogadores para os valorizar no mercado, além de haver mentido à Justiça e à imprensa quando indagado a este respeito.

Para a entidade voltar a merecer a confiança dos brasileiros --objetivo que se impõe depois de mais um vexame de repercussão mundial--, terá de ser depurada, entre outros, de profissionais cujo histórico na intermediação de atletas coloca sob suspeita as escolhas que fazem no escrete.

O técnico Dunga e o coordenador Gilmar Rinaldi, ambos filhotes de José Maria Marin, são outros fantasmas de um passado sinistro que o futebol brasileiro precisa exorcizar.

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